NICODEMOS, UM HOMEM ENTRE A LUZ E AS TREVAS: O FARISEU QUE AMAVA JESUS CRISTO EM OCULTO – O AMOR A GLÓRIA DOS HOMENS EM DETRIMENTO A GLÓRIA DE DEUS.



ANÁLISE BÍBLICA: PARTE XI

NICODEMOS, UM HOMEM ENTRE A LUZ E AS TREVAS: O FARISEU QUE AMAVA JESUS CRISTO EM OCULTO – O AMOR A GLÓRIA DOS HOMENS EM DETRIMENTO A GLÓRIA DE DEUS.

Neste artigo abordarei a respeito de um homem muito interessante, ele é mencionado diretamente em apenas 03 passagens na Bíblia, todas no livro de João, sua história é maravilhosa e encantadora, merecendo ser esmiuçada ponto a ponto, porquanto, o aprendizado ser imensurável.

Antes de falar sobre NICODEMOS, temos que fazer um introito acerca do principal opositor do Cristo Jesus, a saber: um grupo religioso conservador chamado de FARISEUS, era uma seita composta por judeus que seguiam fielmente a TORÁ, também chamada de PENTATEUCO ou LEI DE MOISÉS, nada mais é do que a reunião dos 05 primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Os fariseus eram responsáveis pelas sinagogas, o ensino religioso ao povo e integravam o Sinédrio, a Suprema Corte religiosa e política do judaísmo, ou seja, era um grupo que naquela época tinha muita influência na sociedade.

Os fariseus seguiam indubitavelmente o que constava nas escrituras sagradas, em síntese, A LETRA FRIA DA LEI, bem como, o que foi dito pelos profetas do Senhor Jeová Deus. O estarrecedor é que eles acreditavam na vinda do MESSIAS, outrossim, só não estavam preparados para encontrar com o mesmo, ainda mais na condição em que Jesus se apresentou, humilde, andava com os pobres, almoçava com pecadores, dava assistência a viúvas e prostitutas, sem posses, sem projeção social, oriundo de uma aldeia sem qualquer visibilidade e etc.

A celeuma toda se instalou quando Jesus passou cerca de 30 anos se preparando para a missão, ver LUCAS 03: 23, depois foi batizado, ver MATEUS 03: 16, quando então ficou cheio do espírito santo, ver LUCAS 04: 01, em seguida foi levado ao deserto para ser tentado, ver MARCOS 01: 13, após ter suportado as investidas do maligno, quando então, guarnecido de toda santidade messiânica, finalmente, adentrou na sinagoga localizada em Nazaré, cidade onde cresceu, ver LUCAS 02: 39 e 51, e anunciou que vinha para cumprir a profecia presente no livro de ISAÍAS 61: 01, em resumo, ele se auto proclamou o Messias, o enviado de Deus, dotado de toda autoridade do filho do Altíssimo, vindo para anunciar a boa nova a toda humanidade, vejamos:

LUCAS 4: 16-21

16. E, CHEGANDO A NAZARÉ, ONDE FORA CRIADO, ENTROU NUM DIA DE SÁBADO, SEGUNDO O SEU COSTUME, NA SINAGOGA, E LEVANTOU-SE PARA LER.

17. E foi-lhe dado O LIVRO DO PROFETA ISAÍAS; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:

18. O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração,

19. A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor.

20. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.

21. Então começou a dizer-lhes: HOJE SE CUMPRIU ESTA ESCRITURA EM VOSSOS OUVIDOS.

Daqui em diante a bíblia conta que Jesus passou a fazer maravilhas atrás de maravilhas, comprovando que era ele o Cristo. Ainda, ele representava o novo pacto, não da letra/lei de Moisés, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica, ver 2 CORÍNTIOS 03: 06, assim, acabou por escandalizar e revoltar os fariseus, nascendo uma verdadeira guerra:

Primeiro, por que os fariseus não acreditavam ser Jesus o tão esperado Messias, achavam ser ele um farsante como diversos outros que já tinham aparecido em Israel, tal como Teudas e Judas Galileu [não é o Judas traidor], ver ATOS 5:35-39.

Segundo, por que os fariseus provavelmente acreditavam que o Cristo viria da descendência do próprio grupo deles, uma vez que se achavam “puritanos”, guardiões das leis de Deus, cultos, religiosos conservadores da palavra e dos costumes do povo judeu.

Terceiro, viam Jesus como ameaça política e religiosa, pois, o reconhecimento da vinda do Cristo geraria descredito perante toda sociedade hebreia, ocasionando perda de poder e influência, consequentemente, surtiria efeitos nos negócios.

Quarto, achavam que o Messias iria dar continuidade ao ordenamento dado por Deus a Moises, mantendo todos os costumes e rituais, seguindo fielmente o que estava escrito nas leis e estatutos, e não revogá-lo.

Portanto, a Bíblia deixa muito claro que os fariseus tinham ódio de Jesus, inclusive tentavam achar uma oportunidade para matá-lo, ver MATEUS 12: 14, ofendia-o, ver MATEUS 12: 24, ou seja, havia uma relação totalmente instável, tanto era, que foram os fariseus juntamente com os saduceus que arquitetaram a morte de Jesus.

Conta o texto sagrado que UM DOS PRINCIPAIS DO GRUPO DOS FARISEUS, inclusive, membro do Tribunal Supremo dos Judeus, o Sinédrio, CLANDESTINAMENTE acreditava que Jesus realmente era o Cristo, o enviado por Deus, o nome deste importante homem era NICODEMOS, vejamos o texto em comento:

JOÃO 03: 01-02

01. E havia ENTRE OS FARISEUS um homem, chamado NICODEMOS, MEMBRO DO SUPREMO TRIBUNAL DOS JUDEUS.

02. Este FOI TER DE NOITE COM JESUS, e disse-lhe: Rabi, bem SABEMOS QUE ÉS MESTRE, VINDO DE DEUS; PORQUE NINGUÉM PODE FAZER ESTES SINAIS QUE TU FAZES, SE DEUS NÃO FOR COM ELE.

Temos um FARISEU possuidor da ALTA POSIÇÃO NO GRUPO, um MESTRE DA LEI em Israel, diga-se, exímio conhecedor da Lei de Moisés, depois de saber da história de um Galileu que fazia maravilhas, sinais e milagres divinos, decidiu por vontade própria conhecê-lo pessoalmente, então fora ter com Jesus.

A Bíblia não deixou seu nome em oculto, NICODEMOS, que significa "vitorioso", "o que vence com o povo", "o que conduz o povo à vitória", tal fariseu, com receio de sofrer represália dos demais da sua própria estirpe, procurou Cristo a NOITE, ou seja, na clandestinidade. Assim que ele viu o Messias, mesmo sendo ele um doutor da lei, humilhou-se, e ao mesmo tempo, EXALTOU JESUS, o chamando de RABI, que quer dizer MESTRE, ou seja, de logo, reconheceu a santidade e intelectualidade de Cristo, deixando claro que Jesus era o seu mestre.

NICODEMOS diz a Cristo: “Rabi, bem SABEMOS que és mestre, VINDO DE DEUS; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”, nesse passo, deixou claro em sua fala, as seguintes premissas:

Primeiro: Que todos ou alguns fariseus sabiam que Cristo era o filho de Deu, a profecia viva, o enviado, tanto é que ele diz “SABEMOS”, no plural, e não “EU SEI”, comprovando que mais pessoas acreditavam da mesma forma que ele;

Segundo: É de se ver que NICODEMOS e os demais, por mais que estivessem escandalizados com o poder divino e fama de Jesus Cristo, tinham total convicção da santidade deste último, tanto que afirmou categoricamente que era ele MESTRE VINDO DE DEUS, pois, nenhum ser humano poderia fazer maravilhas que ele fazia, sem que Deus intercedesse a respeito.

Após a fala de NICODEMOS, Cristo o responde, nascendo um diálogo muito enriquecedor, observemos:

JOÃO 3: 03-04

03. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que AQUELE QUE NÃO NASCER DE NOVO, NÃO PODE VER O REINO DE DEUS.
04. Disse-lhe Nicodemos: COMO PODE UM HOMEM NASCER, SENDO VELHO? PODE, PORVENTURA, TORNAR A ENTRAR NO VENTRE DE SUA MÃE, E NASCER?

Como Cristo conhece a índole de todo ser humano, conforme preconiza em JOÃO 02: 23-25, até porque não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos seus olhos, HEBREUS 04: 13. Portanto, Jesus era sabedor que estava diante de um dos principais fariseus, doutor da lei, assim, falou por meio de PARÁBOLA, indicando: “[...] aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”, inicialmente causando confusão mental em NICODEMOS.

Chama atenção, Cristo ensinava que aquele que tivesse fé e seguisse os preceitos divinos, a palavra acerca do mistério do reino de Deus seria facilmente entendível, no entanto, aquele que estivesse afastado da palavra, todo o ensinamento seria passado por meio de parábolas, vejamos:

MARCOS 04: 11-12

11. E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, MAS AOS QUE ESTÃO DE FORA TODAS ESTAS COISAS SE DIZEM POR PARÁBOLAS,

12. Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.

MARCOS 04: 33-34

33. E com MUITAS PARÁBOLAS tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender.

34. E SEM PARÁBOLAS NUNCA LHES FALAVA; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos.

Parábola quer dizer comparação, analogia, discurso figurado, movimento paralelo, é uma narração alegórica que envolve algum preceito de moral, alguma verdade importante, normalmente a uma comparação desenvolvida em uma história curta, cujos elementos são eventos e fatos da vida cotidiana e na qual se ilustra uma verdade moral ou espiritual. Cristo usava muito em suas pregações, por meio de histórias curtas, de conteúdo simbólico, objetivando transmitir ensinamento divino.

O ensinamento do Nazareno por meio de parábolas, era profético, passado pelo profeta Isaías:

ISAÍAS 06: 09

09. Ele me respondeu: “Vai e dize a este povo: Podeis ouvir constantemente, mas não haveis de compreender; podeis ver e continuar a ver sempre, contudo jamais percebereis! [...]

ISAÍAS 44: 18

18. Eles nada sabem nem entendem, porque os seus olhos são incapazes de ver e os seus corações não conseguem compreender.

Ou seja, a profecia de Isaías se cumpriu, inclusive, ver confirmação prevista em Mateus 13: 14-15.

Mesmo o Nazareno fazendo uso de parábola, ele sempre utilizava uma mensagem que podia ser compreendida, permitindo a avaliação do ensinamento, cabendo ao destinatário realizar uma atividade mental para captá-la. E foi justamente isso que ele fez com NICODEMOS, tanto que inicialmente, ele realmente não tinha entendido o sentido de NASCER DE NOVO, tanto que perguntou a Cristo:
“Como pode um homem nascer, sendo velho?”

“Porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?”

Diante das perguntas de NICODEMOS, Jesus facilitou o ensinamento, atenuando, deu pistas ao que ele realmente queria dizer:
JOÃO 03: 05
05. Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que AQUELE QUE NÃO NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO, NÃO PODE ENTRAR NO REINO DE DEUS.
Sucede que, logo após, Jesus voltou a falar por meio de parábolas:

JOÃO 03: 06-08

06. O QUE É NASCIDO DA CARNE É CARNE, E O QUE É NASCIDO DO ESPÍRITO É ESPÍRITO.

07. Não te maravilhes de te ter dito: NECESSÁRIO VOS É NASCER DE NOVO.

08. O VENTO assopra ONDE QUER, e ouves a sua voz, mas NÃO SABES DE ONDE VEM, NEM PARA ONDE VAI; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.

Diante das palavras do sábio dos sábios, uma parábola extremamente complexa, onde Cristo aponta todo momento para o BATISMO, resultando no nascimento do novo indivíduo, num ato de entrega da vida pregressa e início de uma vida com novos rumos e princípios.

Jesus Cristo diz abertamente que aquele que é NASCIDO DA CARNE, fruto do natural início da vida humana, está materializado somente na carne, ou seja, até então, inexiste redenção para tal indivíduo, pois, ele ainda está diretamente ligado ao pecado e as práticas pecaminosas do mundo. Entretanto, tudo muda com aquele que é NASCIDO DO ESPÍRITO, pois, é espírito, e nova criatura é, movido pela benção de Deus, portador da graça, sendo guiado pelos preceitos divinos.

Como se não bastasse, Jesus pede para que NICODEMOS não ficasse deslumbrado por ter lhe dito que restaria imperioso que ele nascesse outra vez como condição para conhecer o reino de Deus. Ou seja, vista a sua fé e se permita conhecer o novo mundo.

Noutro momento, usando uma nova parábola complexíssima, comparou os nascidos de espírito [batizados] ao vento. Em resumo, o ensinamento ficou ainda mais sério! Como assim nascer novamente? O que o vento tem a ver com o nascimento de espírito?

O que Cristo quis dizer é que o espírito é algo intangível quanto a materialização humana, ou seja, algo impossível de manipulação humana, de ser visto, tocado, unicamente podendo ser sentido, por isso, a compreensão humana, por si só, ela é obsoleta, forçoso que o indivíduo possua o ingrediente infalível, a , manifesta através da credulidade no filho do homem como seu Senhor Salvador e na remissão dos pecados, então receberá o espírito santo, ver ATOS 02: 38.

Quanto a parábola do vento/espírito, temos que o vento quando assopra, pode ocorrer em qualquer lugar, permitindo a singela percepção humana por meio da escuta e etc, porém, nós não o vemos, não sabemos de onde ele veio, muito menos, para onde ele vai. Por sua vez, como o novo nascimento é uma livre escolha do indivíduo, e com o seu advento, surge uma nova criatura, a priori, estando sujeito aos atos da fé, passando a ser guiado pelo espírito. Deste modo, ele não sabe mais para onde poderá ser conduzido, posto que o novo propósito do espirito é guiado unicamente por Deus, obviamente, se assim o sujeito se submeter, até porque somos detentores do livre arbítrio.

Para facilitar o entendimento ensinado por Cristo na parábola do vento/espírito, observemos as passagens presentes no livro de Eclesiastes:

ECLESIASTES 01: 06

06. Os ventos sopram para o sul, depois viram para o norte; dão voltas e mais voltas e CESSAM NO PONTO DE PARTIDA.

ECLESIASTES 11: 05

05. Assim como NÃO CONHECES O CAMINHO DO VENTO, tampouco como o espírito entra no corpo que se forma no ventre de uma mulher, DO MESMO MODO NÃO PODES COMPREENDER AS OBRAS DE DEUS, O CRIADOR DE TUDO O QUE HÁ!

Temos que o vento/espírito sempre termina no ponto de partida, ou seja, onde ele iniciou, será onde ele vai terminar, em síntese, iniciasse a criação humana com o nascimento, depois, temos o livre arbítrio de aceitar ou não o batismo, aceitando, o vento/espírito que nos criou, ou seja, O ESPÍRITO QUE SE FEZ MATERIA, com o batismo vem o espírito santo e transforma A MATÉRIA EM ESPÍRITO, ver ROMANOS 08: 16O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. Observemos que, já temos um espírito com o nascimento, que é a particular de cada um, mas, não é o espirito santo, pois, como já vimos, só repousa em nós com o renascimento em Cristo.

De outro lado, a Bíblia aponta novamente que não temos como conhecer o caminho do vento/espírito, e assim compreender as obras e intercessões de Deus neste sentido, muito menos aquelas operadas por intermédio do espírito santo, eis que não temos o poder de interferência, por isso, ele sopra onde quer, vai e fica para onde quiser, tudo segundo os desígnios do Criador.

Para melhorar um pouco mais a abstração de tal parábola, vejamos agora um grande exemplo presente no livro de Ezequiel:

EZEQUIEL 37: 09

9. Então o Eterno me ordenou: “Profetiza agora ao espírito! Profetiza, ó filho do homem, e convoca ruah, o sopro da vida, dizendo: Assim diz Yahweh, O SENHOR DEUS: Ó ESPÍRITO, VEM DOS QUATRO VENTOS E ASSOPRA SOBRE ESTES MORTOS PARA QUE VIVAM!

Utilizando a passagem bíblica acima e fazendo referência a parábola do vento e a parábola do batismo, chegamos a seguinte premissa: ESPIRITO X MATERIALIZAÇÃO HUMANA X NASCIMENTO DA CARNE X INDIVIDUO X BATISMO X MORTE X NOVO NASCIMENTO X ESPÍRITO, pois, com a decisão do batismo o sujeito morre para o mundo, vindo o sopro da vida para proceder o avivamento do novo indivíduo para o Senhor Jeová Deus.

Depois deste vendaval de ensinamento na cabeça do fariseu NICODEMOS, já entorpecido com a doutrina de elevadíssima complexidade, mesmo sendo ele doutor da lei, mestre em Israel, A ABSTRAÇÃO FOI ZERO, tanto que ele suplicou para que Jesus esclarecesse o enigma, ver ele dizendo: “COMO PODE SER ISSO? pois, fugia da sua racionalidade completamente espremida pelo frívolo e arraigado fundamento religioso conservador, ele somente entenderia se tivesse guardado sua religiosidade e vestido a fé:

JOÃO 03: 09-10

09. Nicodemos respondeu, e disse-lhe: COMO PODE SER ISSO?

10. Jesus respondeu, e disse-lhe: TU ÉS MESTRE DE ISRAEL, E NÃO SABES ISTO?

É de se ver o total desespero do fariseu para entender a parábola, entretanto, Cristo ao invés de clarear a mente do religioso, lhe questiona ironicamente “TU ÉS MESTRE DE ISRAEL, E NÃO SABES ISTO?”. Categorizando que seria inadmissível, que um julgador, um político, um líder do povo israelita, defensor das leis de Deus, não sabia a respeito do que lhe foi dito.

Na passagem bíblica acima nasce uma celeuma, e Jesus foi impiedoso é sábio quando desafiou o religioso, vejamos o porquê da pergunta sarcástica:

A conversa entre Cristo e NICODEMOS tratou nada mais nada menos acerca da importância do BATISMO [novo nascimento da água e do espírito], como instrumento de salvação do homem, sem o qual não poderia conhecer o reino de Deus. Ocorre que, como já dito, NICODEMOS era um fariseu, defensor mortal da lei e dos livros do antigo testamento, logo, ele era sabedor que antes da vinda do Cristo, haveria um mensageiro que prepararia o seu caminho, segundo ensinava o profeta Malaquias, o último mensageiro do Velho Testamento, quando prenunciava aproximadamente no ano de 430 a. C, notemos:

MALAQUIAS 03: 01

01. EIS QUE EU ENVIO O MEU MENSAGEIRO, E ELE HÁ DE PREPARAR O CAMINHO DIANTE DE MIM; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o ANJO DO PACTO, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos exércitos.

NICODEMOS também conhecia a profecia de Isaias:

ISAIAS 40: 03

03. Há uma voz que clama: “Em meio à terra desértica preparai o caminho para Yahweh; na estepe, aplanai uma vereda para o nosso Deus!

Para agravar, antes da vinda de Jesus, João o Batista, já vinha preparando o caminho, nas palavras de Isaias, fazendo uma trilha em meio a savana, abrindo alas, pois, viria um homem a passar, assim, apregoava para todos acerca da vinda do Messias, inclusive, realizando BATISMO por toda Jerusalém, a Judeia e todo povoado ao redor do Jordão, ou seja, a atividade desempenhada por João, seguido dos seus conselhos proféticos, era de conhecimento de todos, do Rei Herodes aos fariseus, incluindo, obviamente, NICODEMOS, vejamos a passagem:

MATEUS 03: 01-12

01. E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia,

02. E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.

03. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas.

04. E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.

05. ENTÃO IA TER COM ELE JERUSALÉM, E TODA A JUDÉIA, E TODA A PROVÍNCIA ADJACENTE AO JORDÃO;

06. E eram por ele BATIZADOS no rio Jordão, confessando os seus pecados.
07. E, VENDO ELE MUITOS DOS FARISEUS E DOS SADUCEUS, QUE VINHAM AO SEU BATISMO, DIZIA-LHES: RAÇA DE VÍBORAS, QUEM VOS ENSINOU A FUGIR DA IRA FUTURA?

08. Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;

09. E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.

10. E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.

11. E EU, EM VERDADE, VOS BATIZO COM ÁGUA, PARA O ARREPENDIMENTO; MAS AQUELE QUE VEM APÓS MIM É MAIS PODEROSO DO QUE EU; cujas alparcas não sou digno de levar; ELE VOS BATIZARÁ COM O ESPÍRITO SANTO, E COM FOGO.

12. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.

Em resumo, em MATEUS 03: 05, fica clara a gigantesca popularidade de João o Batista, pois, além dele ter percorrido grande territorialidade, ininterruptamente pregando o batismo com água, para o arrependimento e para o perdão dos pecados; João NÃO fazia qualquer acepção de pessoa, tanto que batizava e admoestava publicanos [judeus cobradores de impostos, considerados pecadores e traidores pelo seu próprio povo] e soldados, ver LUCAS 3: 12 e 14.

Não se pode olvidar, o evangelho de Lucas é categórico ao afirmar que os fariseus se negavam a receber o batismo, assim, rejeitando o conselho de Deus, vejamos:

LUCAS 07: 29-30

29. E todo o povo que o ouviu, e até os publicanos, reconheceram a justiça de Deus, recebendo o batismo de João.
30. Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o CONSELHO DE DEUS quando a si mesmos, não sendo batizados por ele.

Em MATEUS 03: 07, a Bíblia conta que MUITOS FARISEUS VINHAM ACOMPANHAR O BATISMO, mas, João o Batista como já era conhecedor da índole e dos interesse daqueles [atrapalhar o propósito/missão], de logo, DIZIA-LHES: RAÇA DE VÍBORAS.

Vale frisar, a figura divina de João Batista era tão grandiosa que achavam que ele era a reencarnação do profeta Elias ou até mesmo o próprio Cristo, ver LUCAS 03: 15 e JOÃO 01: 20-21,

João era tão poderoso que o próprio Rei Herodes o temia, pois, sabia que ele era um homem justo e santo, mesmo mandando prender, guardava-o com segurança, e fazia muitas coisas a seu favor, inclusive o atendia de boa mente e o ouvia, ver MARCOS 06: 20. Não se pode olvidar ainda, que João Batista já discipulava alguns apóstolos de Cristo, ver JOÃO 01: 35, comprovando a sua autoridade.

O incrível foi que João o Batista anunciava a vinda de um homem que sequer conhecia, vejamos “E eu NÃO O CONHECIA; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, BATIZANDO COM ÁGUA”, mas, assim que o viu disse “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, vejamos:

JOÃO 01: 26-34

26. João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis.

29. No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: EIS O CORDEIRO DE DEUS, QUE TIRA O PECADO DO MUNDO.

30. Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.
31. E eu não o conhecia; mas, PARA QUE ELE FOSSE MANIFESTADO A ISRAEL, VIM EU, POR ISSO, BATIZANDO COM ÁGUA.

32. E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele.

33. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo.

34. E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.
                                                                
De mais a mais, João sempre deixou claro que ele batizava com água, para o arrependimento, todavia, o Messias, que viria logo após ele, batizaria com o espírito santo. No evangelho de MATEUS 03: 11-12, acrescenta que haveria o batismo com fogo, sendo que este nunca se apagaria, pois, o espirito que repousaria no renascido seria inapagável, dado a chama santa que seria acesa, visto ser Cristo a luz do mundo.

Duas coisas importantes devem ser pontuadas:

Prmeiro, Por mais que João Batista mencionasse que seria JESUS quem batizaria, ver JOÃO 01: 33, porém, na Bíblia conta que quem batizava o povo eram os DISCÍPULOS de Jesus, alguns deles, como já dito, foram discípulos de João o Batista, os quais aprenderam tudo a respeito do que era o batismo e qual sua importância, vejamos:

JOÃO 03: 22

22. Depois disto foi Jesus com os seus discípulos para a terra da Judéia; e estava ali com eles, e batizava.

JOÃO 04: 01-02

01. E quando o Senhor entendeu que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João
02. (AINDA QUE JESUS MESMO NÃO BATIZAVA, MAS OS SEUS DISCÍPULOS),

Resta claro que os discípulos batizavam em nome de Jesus, com poder e autoridade concedido por ele, pois Cristo tinha uma missão definida, que obviamente não era batizar o povo, mas, sim, salvar a humanidade dos seus pecados, uma missão árdua e prolixa, por tal motivo, não poderia doar seu tempo para outros propósitos senão aquele.

Segundo, João Batista diz que Cristo batizaria no espírito santo, ver JOÃO 01: 33, contudo, até a morte do Messias, o batismo se dava apenas pelo espírito, que é a manifestação do próprio espirito que cada um de nós já temos por sermos filhos de Deus, EIS QUE CRISTO AINDA NÃO HAVIA SIDO GLORIFICADO, ocorrendo somente após a crucificação, a partir de tal acontecimento, o BATISMO PASSARIA A SER COM O ESPIRITO SANTO, vejamos a passagem:

JOÃO 07: 38-39

38. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.

39. E isto disse ele DO ESPÍRITO QUE HAVIAM DE RECEBER OS QUE NELE CRESSEM; PORQUE O ESPÍRITO SANTO AINDA NÃO FORA DADO, POR AINDA JESUS NÃO TER SIDO GLORIFICADO.

Retornando a discussão para NICODEMOS, RESTA CLARO QUE ELE ERA UM HOMEM RELIGIOSO PLENAMENTE CONHECEDOR DO SIGNIFICADO DO BATISMO, motivo pelo qual não poderia escandalizar-se com a expressão do nascimento por meio da água e do espírito. Assim, analisando o diálogo dele com Cristo, acredito que num dado momento da conversa ele se perdeu, ante a complexidade das parábolas, porém, veio a se situar logo depois, o que levou Cristo a ser sarcástico e desafiador, perguntando-lhe como o mesmo poderia ser uma autoridade do alto escalão sem ter conhecimento básico sobre o batismo, diga-se, maciçamente apregoando por João Batista e naturalmente discutido por todos os quatro cantos das cidades circunvizinhas do Rio Jordão.
Continuando a analisar o diálogo entre NICODEMOS e Cristo, este último, após a pergunta daquele, disse:
JOÃO 03: 11-12

11. Na verdade, na verdade te digo que NÓS DIZEMOS O QUE SABEMOS, e TESTIFICAMOS O QUE VIMOS; e não aceitais o nosso testemunho.

12. Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?

Jesus Cristo cara a cara com o Fariseu, disse “NÓS DIZEMOS O QUE SABEMOS”, ou seja, estou te lembrando das profecias presentes em MALAQUIAS 03: 01 e ISAIAS 40: 03, que tanto eu como você temos total conhecimento, pois, está na LEI! está no mundo e totalmente acessível.

Novamente, o Nazareno falou: “TESTIFICAMOS O QUE VIMOS”, em resumo, tanto eu como você NICODEMOS com os nossos próprios olhos vimos a profecia acima se cumprir com a vinda de João o Batista! acredito que Cristo tenha dito “eu testifiquei a sua santidade, me subjugando ao batismo”, enquanto que você, testificou, mas, não se subjugou ao santo ato [conselho de Deus] e ao maior profeta nascido de mulher, ver MATEUS 11: 11. OOOOOH geração incrédula, MATEUS 17: 17.

O Messias ainda mencionou que a conversa girou em torno de questão carnal, da terra, do mundo físico, discussão acerca da conduta humana, todavia, NICODEMOS mesmo vendo, atestando e conhecendo, ainda assim, não aceitava os ensinamentos, mostrando dureza de coração, frente a sua incredulidade desmedida.  Logo, como ele iria crer acerca das coisas celestiais.

Como Cristo conhece a índole humana, ver JOÃO 02: 23-25, em razão da conversa, percebeu o maremoto de emoções, tumulto mental e confusão religiosa instalada naquele homem, mas, via em NICODEMOS algo diferente, então, decidiu elevar o nível da conversa e passou a falar das questões celestiais:
JOÃO 03: 13
13. Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, O FILHO DO HOMEM, QUE ESTÁ NO CÉU.
A partir daqui, Cristo passa a falar dele mesmo, porém por meio de parábolas, em verdade, lançou um desafio para ver se o fariseu iria abstrair o real significado de sua pessoa e sobre a verdade do mundo, consta em JOÃO 01: 17Porque a lei foi dada por Moisés; a GRAÇA e a VERDADE vieram por Jesus Cristo”. Então, pretendia o Cristo abrir os olhos do doutor da lei de Moisés, lhe apresentando a graça e a verdade como colírio.

Como NICODEMOS era um profundo conhecedor das Escrituras Sagradas, Cristo lhe submeteu a um vestibular, para ver se ele tinha internalizado o real significado daquilo que o fariseu supostamente protegia, o fundamento da palavra, pois, consta no livro de Provérbios:

PROVÉRBIOS 30: 04

04. QUEM SUBIU AO CÉU E DE LÁ RETORNOU? Quem reúne o poder dos ventos em uma das mãos? Quem represa as águas do mar numa túnica? Quem determinou todos os limites da terra? Qual é o seu Nome, e o Nome do seu Filho? RESPONDEI-ME, SE É QUE O SABES!

NICODEMOS poderia ter associado tudo o que havia aprendido naquela noite, interligando os ensinamentos, principalmente, o da parábola do vento e a questão da subida e descida dos céus, eis que estava diante de si a resposta para o provérbio acima que ele era conhecedor.

Como não teve resposta, Jesus deu mais uma ajuda ao fariseu e relembrou uma história ocorrida no deserto, na época de Moises, já que NICODEMOS seguia fielmente a LEI DE MÓISES, logo, nada melhor que utilizar o próprio legislador e fiel mentor dos ensinamentos daquele. A história relembrada retratava plenamente o Cristo, ou seja, a história se repetia em sua pessoa:

JOÃO 03: 14-15

14. E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;

15. Para que TODO AQUELE QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA, mas tenha a vida eterna.
Faz-se necessário relembrarmos de qual história fantástica fora comentada:

NÚMEROS 21: 04-09

04. Então partiram do monte Hor, pelo caminho do Mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém A ALMA DO POVO ANGUSTIOU-SE NAQUELE CAMINHO.

05. E O POVO FALOU CONTRA DEUS E CONTRA MOISÉS: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto? POIS AQUI NEM PÃO NEM ÁGUA HÁ; E A NOSSA ALMA TEM FASTIO DESTE PÃO TÃO VIL.

06. ENTÃO O SENHOR MANDOU ENTRE O POVO SERPENTES ARDENTES, QUE PICARAM O POVO; E MORREU MUITA GENTE EM ISRAEL.

07. Por isso o povo veio a Moisés, e disse: Havemos pecado, porquanto temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor que tire de nós estas serpentes. Então Moisés orou pelo povo.

08. E disse o Senhor a Moisés: FAZE-TE UMA SERPENTE ARDENTE, E PÕE-NA SOBRE UMA HASTE; E SERÁ QUE VIVERÁ TODO O QUE, TENDO SIDO PICADO, OLHAR PARA ELA.

09. E Moisés fez uma SERPENTE DE METAL, E PÔ-LA SOBRE UMA HASTE; e sucedia que, picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, VIVIA.

Conta a Bíblia que após da morte de Arão, irmão de Moises, devido a sua rebeldia nas águas de Meribá, NÚMEROS 20: 24, o povo ficou muito abalado, para agravar, em seguida, os israelitas foram a guerra contra os cananeus, onde a batalha não restou tão frutífera, tanto que o adversário conseguiu levar alguns israelitas como prisioneiros. Então, como os israelitas tiveram que rodear a Cidade de Edom, debaixo de um sol quente, num calor desértico, então o povo passou a murmurar e a angustiar a alma! Como se não bastasse, passaram a falar em desfavor de Deus e do libertador Moises, chegando ao absurdo de desrespeitar até mesmo a única comida que tinha, então fornecida pelo senhor [maná/pão – corpo de Cristo], chamando-a de detestável/desprezível.

Diante da blasfémia, o texto sagrado aduz que Deus mandou SERPENTES ABRASADORAS, as quais, picaram o povo, levando a morte muitos israelitas. Em virtude do desespero, o povo foi até Moises e suplicou para que ele orasse para Deus pedindo clemência. Deus tendo compaixão do povo israelita, determinou a Moisés: “FAZE-TE UMA SERPENTE ARDENTE, E PÕE-NA SOBRE UMA HASTE; E SERÁ QUE VIVERÁ TODO O QUE, TENDO SIDO PICADO, OLHAR PARA ELA”, sendo a determinação cumprida pelo líder, de tal modo, toda pessoa picada quando olhava para a serpente de metal, VIVIA.

Então, qual a relação de tal história com o Cristo Jesus? Resposta: TUDO!

Cristo utilizou tal história, pois, mais à frente ele seria crucificado, levantado e pendurado no madeiro, da mesma forma que a serpente metálica fora suspensa.

Outra, a história de Moises diz que todo aquele que fosse picado pela serpente, tendo FÉ e crendo na MISERICÓRDIA do Senhor Jeová Deus, quando olhasse para cima, e fixasse o olho na serpente de metal pendurada no alto de um tronco, haveria a remissão dos seus pecados, da sua blasfémia, de sua dor, de sua enfermidade, das suas aflições, quando então, o mal que estaria consumindo aquele indivíduo seria totalmente aniquilado, então, continuaria a VIVER.

Jesus predizendo a respeito de sua morte, pois, quando do seu sacrifício em benefício do mundo, estando ele também levantado e pendurado numa cruz de madeira, todo aquele que fixando o olhar para o mesmo, e tendo FÉ no filho de Deus, acreditando que fora um ato de redenção pelos pecados de toda humanidade, seria vivificado.

Vale salientar, o principal silogismo entre a história: Jesus x Serpente Ardente, não é o olhar x viver, mas, sim, o CRER x VIVER, pois, se assim não fosse, todos nós, que obviamente não fixamos nossos olhos na materialidade do corpo de Cristo, então pendurado na cruz, não seríamos vivificados para a eternidade.

Dando continuidade ao diálogo entre Cristo e NICODEMOS, onde Jesus dá resposta ao enigma da serpente abrasadora:

JOÃO 03: 16-18

16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA, MAS TENHA A VIDA ETERNA.

17. Porque DEUS ENVIOU O SEU FILHO AO MUNDO, não para que condenasse o mundo, mas PARA QUE O MUNDO FOSSE SALVO POR ELE.

18. QUEM CRÊ NELE NÃO É CONDENADO; MAS QUEM NÃO CRÊ JÁ ESTÁ CONDENADO, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

Jesus Cristo fora enfático ao estabelecer 03 premissas:

a)     Todo aquele que nele crê não morrerá, terá vida eterna;
b)     Que fora enviado para salvar o mundo e não para condená-lo, e;
c)     Quem crê no filho do homem não seria condenado.

É de observar a total semelhança com a história da serpente abrasadora no deserto, pois, assim como aqueles QUE SE NEGARAM A CRER NA SALVAÇÃO POR MEIO DA SERPENTE METÁLICA PENDURADA E FORAM CONDENADOS E MORTOS, dado a sua incredulidade, também será quanto ao filho do Altíssimo.

Depois disso, Cristo apresenta a NICODEMOS a PARÁBOLA DA LUZ DO MUNDO:
                                                                                                                                
JOÃO 03: 19

19. E a condenação é esta: QUE A LUZ VEIO AO MUNDO, e OS HOMENS AMARAM MAIS AS TREVAS DO QUE A LUZ, porque as suas obras eram más.
O que seria a tal luz do mundo? Em outra passagem bíblia Jesus foi mais taxativo ao afirmar que ele próprio era a luz do mundo, clareado a verdade, abrindo caminho e a dando vida:

JOÃO 08: 12

12. Falando novamente ao povo, disse Jesus: “EU SOU A LUZ DO MUNDO; AQUELE QUE ME SEGUE, NÃO ANDARÁ EM TREVAS, MAS TERÁ A LUZ DA VIDA.”

JOÃO 09: 05

05. Durante o tempo em que estiver no mundo, SOU A LUZ DO MUNDO.”

Ocorre que, no diálogo com NICODEMOS, Cristo expressamente NÃO se auto intitulou ser o Messias, não se intitula ser o salvador do mundo, nem o filho de Deus e muito menos ser ele a luz do mundo! como já dito, falou tudo isto por meio de parábolas.

Já nos dois versos finais da conversa com NICODEMOS, Cristo faz uma CRÍTICA PESSOAL E DIRETA AO FARISEU, vejamos:
                                                                                                                     
JOÃO 03: 20-21
                                         
20. PORQUE TODO AQUELE QUE FAZ O MAL ODEIA A LUZ, e NÃO VEM PARA A LUZ, PARA QUE AS SUAS OBRAS NÃO SEJAM REPROVADAS.

21. Mas QUEM PRATICA A VERDADE VEM PARA A LUZ, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.

Isto mesmo, Jesus chama atenção de NICODEMOS, pois, o mesmo, ainda que sabedor que ele era vindo de Deus, continuava a andar nas trevas, odiando a luz, permanecendo com as mesmas práticas farisaicas, inclusive participando do mesmo grupo religioso que disseminava ódio, intolerância, irracionalidade, combate as obras de Deus e perseguição a pessoa do Cristo.

Para agravar, Cristo é enfático ao dizer “NÃO VEM PARA A LUZ”, tendo triplo sentido:

Primeiro, porque consta no início do capítulo de JOÃO 03 que NICODEMOS procurou Cristo a NOITE, ou seja, ocultamente, para que os demais fariseus não presenciasse o mesmo tendo contato com o “inimigo”, o que levaria o mesmo a suportar a reprovação do grupo, exclusão da seita, até mesmo impedido de frequentar a sinagoga e o sinédrio;

Segundo, por quê NICODEMOS não seguia ao próprio Cristo, já que Jesus é a luz do mundo, sendo um chamado para ser seu discípulo;

Terceiro, como NICODEMOS vivia nas trevas, fazendo coisas erradas, odiando a “luz do mundo” não praticando a justiça e a verdade, comprovava que suas obras não podiam ser manifestas/publicas, eis que não tinha o amparo de Deus. Restando notório, que NICODEMOS continuava ainda a andar nas trevas, porque não queria perder sua garantia de poder e influência social e, sem dúvida, alimentava sua cupidez por riquezas. E mesmo com a presença do Cristo em sua vida e diante de todo ensinamento passado, ainda assim, ele não estava disposto a abrir mão de tudo para seguir o Cristo, para andar na luz com a luz, nos braços de Deus, sem nada a temer.

O diálogo entre os dois findou em JOÃO 03: 21, porém, NICODEMOS tem mais duas aparições diretas na Bíblia, vejamos agora a segunda aparição dele, esta ocorre depois que Jesus Cristo fez a multiplicação dos peixes e pães em Tiberíades na Galiléia, ver JOÃO 06: 01, tornando-se muito famoso por suas maravilhas, então decidindo ir para a festa na Judeia, olha o que aconteceu:
                                                                                                         
JOÃO 07: 10-53
                                         
10. Mas, quando seus irmãos já tinham subido à festa, então subiu ele também, não manifestamente, mas como em oculto.

37. E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.

38. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.

39. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque O ESPÍRITO SANTO AINDA NÃO FORA DADO, por ainda Jesus não ter sido glorificado.

40. Então muitos da multidão, ouvindo esta palavra, diziam: Verdadeiramente este é o Profeta.

41. Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galiléia?

42. Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia de onde era Davi?

43. Assim entre o povo havia dissensão por causa dele.

44. E alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele.

45. E os servidores foram ter com OS PRINCIPAIS DOS SACERDOTES E FARISEUS; e eles lhes perguntaram: Por que não o trouxestes?

46. Responderam os servidores: Nunca homem algum falou assim como este homem.

47. Responderam-lhes, pois, os fariseus: Também vós fostes enganados?

48. CREU NELE PORVENTURA ALGUM DOS PRINCIPAIS OU DOS FARISEUS?

49. MAS ESTA MULTIDÃO, QUE NÃO SABE A LEI, É MALDITA.

50. NICODEMOS, QUE ERA UM DELES (o que de noite fora ter com Jesus), disse-lhes:

51. Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?
52. Responderam eles, e disseram-lhe: És tu também da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu.

53. E cada um foi para sua casa.

Esta passagem de JOÃO 07 deixa claro o clima beligerante instalado naquela época, onde Cristo ensinava no templo e encantava a todos, até mesmos os servidores [guarda sacerdotal] do Sinédrio, que estavam ali para prendê-lo, mas, quando ouviram Cristo falar, ficavam maravilhados pela boa nova transmitida, os quais restaram incapazes de cumprir a ordem, pois, a palavra foi tão cortante, viva e eficaz, que penetrou até à divisão da alma e do espírito daqueles pobres homens, HEBREUS 4:12, que mal nenhum conseguiram praticar, por maior ordem que tivessem recebido.

O relato acima é muito interessante porque deixa claro que o grupo ao qual NICODEMOS fazia parte repudiava todo aquele que se declarasse a favor do Cristo, tanto é que em JOÃO 07: 13 consta que mesmo o povo maravilhado com Jesus: “todavia ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus”.

Ademais, quando os trabalhadores do sinédrio foram falar com os principais dos sacerdotes e dos fariseu a respeito de Cristo, tais estavam tão maravilhados que foram interpelados se haviam acreditado nas “enganações” que Cristo falava, ver JOÃO 07: 47.

Ainda, os principais dos sacerdotes e dos fariseus questionaram os serviçais em tom arrogante, se por ventura alguns deles haviam acreditado em Cristo, até porque eram eles supostamente os “sabedores da lei”, reputando-os que jamais seriam ludibriados. Sem saber eles que alguns membros já haviam se rendido a Jesus.

Os “principais dos sacerdotes e fariseus” ainda condenaram a multidão que falava a favor de Cristo, chamando-os de MALDITOS, aos olhos deles, era a multidão ignorantes a respeito dos comandos da lei mosaica.

Contudo, NICODEMOS assistia todo diálogo entre os “principais” e os guardas do sinédrio, então pediu a palavra e TENTOU interceder por Jesus, alegandoPorventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?”, evocando por extensão o quanto presente em DEUTERONÔMIO 19: 15, ou seja, solicitou que fosse concedido a Cristo o direito de defesa e do contraditório, para que houvesse uma condenação/juízo justo, um princípio basilar em qualquer Instituição de Direito.

Entretanto, fora NICODEMOS imediatamente persuadido pelo Supremo Tribunal dos Judeus, quando bradaram:És tu também da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu”. Ou seja, primeiro perguntaram de logo se NICODEMOS, ocupante de um cargo de altíssima projeção religiosa e política, tinha vindo da Galiléia, ainda, desafiaram-no para que ele mostrasse nas escrituras se havia na história um único profeta vindo de tal local. Depois disso, NICODEMOS se calou, mas, poderia ter aberto o livro do profeta Isaias, o anunciador do Messias, que assim dispõe:

ISAÍAS 09: 01

01. Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; MAS NOS ÚLTIMOS TEMPOS A ENOBRECEU JUNTO AO CAMINHO DO MAR, ALÉM DO JORDÃO, NA GALILÉIA DAS NAÇÕES.

Vale uma pausa para destacar, é muito gratificante ver que toda história de Jesus é cercado de preconceito, em razão de sua origem, Nazaré da Galileia, ver MATEUS 02: 22-23, o que causava enorme receio a seu respeito, pois, achavam que os moradores da Galileia eram execrandos, de pouca cultura, status social irrelevante, pouca religiosidade, ver o preconceito presente em JOÃO 01: 46 e JOÃO 07: 41, mas, Jesus veio justamente para devastar este misticismo ardil.

Em resumo, vemos que NICODEMOS foi massacrado quando tentou ajudar Jesus, o que comprova a enorme pressão que tinha sobre ele. Imagino a imensurável coação que seria se ele tivesse tido a coragem de se declarar discípulo do Cristo, audácia esta, totalmente esperada depois de um diálogo encalmado face a face com o Messias, mas, como já dito, a covardia, a ganância e o poder falaram mais alto naquele momento.

Cristo dizia que se alguém quisesse vir após ele, teria que RENUNCIAR A SI MESMO, teria que tomar sobre si a sua cruz, e segui-lo, porque aquele que quisesse salvar a sua vida, perderia, e quem perdesse a vida por amor a ele, acharia. Além do mais, indagava acerca do que aproveitaria ao homem ganhar o mundo inteiro, se perdesse a sua alma, ver MATEUS 16: 24-26.

O último registro direto nas escrituras a respeito de NICODEMOS relata:

JOÃO 19: 38-42

38. Depois disto, JOSÉ DE ARIMATÉIA (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus.

39. E FOI TAMBÉM NICODEMOS (aquele que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), LEVANDO QUASE CEM ARRÁTEIS DE UM COMPOSTO DE MIRRA E ALOÉS.

40. Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro.

41. E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um SEPULCRO NOVO, em que ainda ninguém havia sido posto.

42. Ali, pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus.

Na passagem acima, imediatamente após Jesus morrer na cruz, um de seus discípulos ocultos, chamado JOSÉ DE ARIMATÉIA, homem rico e de grande posição social, usando do seu tráfico de influência, foi até Pôncio Pilatos, e solicitou que permitisse a retirada do corpo de Jesus para o sepultar, tendo sido deferido. Tal fato cumpria a profecia presente no livro de Isaías, quando indica que o Messias estaria “com o rico na sua morte”, ver ISAÍAS 53: 09.

Por sua vez, NICODEMOS vendo a coragem de José de Arimatéia, deixou sua covardia de lado e decidiu se juntar a ele, fazendo jus ao significado de seu nome “vitorioso”, declarando publicamente sua fé no cordeiro do Senhor. Na ocasião, levou especiarias “quase cem arráteis de um composto de MIRRA e aloés”, para preparar o corpo de Cristo para o sepultamento.

Lembrando que a MIRRA foi um dos presentes ofertados pelos magos do oriente quando da visitação à Jesus quando criança, ver MATEUS 02: 11, simbolizando o momento da morte sublime do Rei da Humanidade, bem como, comprovando que o seu corpo era santo e tinha que ser banhado com uma das mais briosas das especiarias, pois, era ele o pão da vida.

Chama atenção, Cristo teve o corpo ungido para a sua sepultura por Maria de Betânia, irmã de Marta, ver JOÃO 12: 07, ou seja, na VIDA para a MORTE. Já NICODEMOS, ungiu Jesus na MORTE para a VIDA [ressureição], ver JOÃO 19: 39.

O incrível é que NICODEMOS somente tomou coragem para adorar publicamente o Cristo depois de sua MORTE, todavia, não teve o mesmo entusiasmo para exaltá-lo na luz quando em vida.

Observemos a evolução de NICODEMOS retratada nas 03 citações expressas do seu nome na Bíblia, todas presentes no livro de JOÃO nos capítulos 03, 07 e 19:

Na primeira passagem bíblica: ele se portou totalmente imparcial, se preocupando apenas em conhecer Jesus Cristo, ficando maravilhado com a boa nova;

Na segunda passagem bíblica: ele já esboça uma postura mais tendenciosa ao amor de Cristo, inclusive, tenta defendê-lo, mas, os seus pares imediatamente lhe inibiram;

Na terceira passagem bíblica: ele declara todo o seu amor reprimido pelo maior homem que a humanidade já conheceu.

Podemos dizer que NICODEMOS encarnou o que Paulo de Tarso ensinou em GÁLATAS 02: 16, quando diz que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, e é na crença em Jesus Cristo, que seremos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Prontamente, o fariseu fora justificado, enfim, encarnando a fé.

De outra sorte, este escritor acredita que NICODEMOS apareceu em mais três eventos na Bíblia, todavia, não posso afirmar com veemência, pois, a bíblia não o nomina, e quando isto acontece, este escritor segue com exatidão a premissa ditada por Martin Lutero: “o que as escrituras NÃO afirmam com clareza, NÃO devemos afirmar com certeza”, ainda assim, vale a reflexão:

Vejamos a primeira deles, onde acredito que NICODEMOS tenha participado:

LUCAS 13:31-33

31. Naquele mesmo dia chegaram UNS FARISEUS, dizendo-lhe: SAI, E RETIRA-TE DAQUI, PORQUE HERODES QUER MATAR-TE.

32. E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado.

33. Importa, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém.

Depois que a fama de Cristo se espalhou por toda região, então o Rei Herodes, ficou com receio do movimento religioso se tornar uma revolução política, até porque Cristo tinha uma multidão de seguidores, ver MATEUS 08: 01 e LUCAS 19: 37, então o monarca tramou a morte do messias, contudo, Jesus fora alertado que estava correndo perigo de morte através de ALGUNS FARISEUS que o amavam em oculto. Sucede que, já temos a identidade de um desses fariseus, justamente, NICODEMOS. Nesse passo, acredito que tal homem era um daqueles que ajudou preservar a vida de Jesus Cristo.


Outra passagem bíblica que este escritor elucubra ter NICODEMOS participado, resta presente no livro de Atos dos apóstolos, notemos:

ATOS 15: 01 e 05

01. Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.

05. ALGUNS, PORÉM, DA SEITA DOS FARISEUS, QUE TINHAM CRIDO, SE LEVANTARAM, DIZENDO QUE ERA MISTER CIRCUNCIDÁ-LOS E MANDAR-LHES QUE GUARDASSEM A LEI DE MOISÉS.

A Bíblia novamente usa a expressão “ALGUNS FARISEUS”, apontando que após a morte do Cristo, tais fariseus, passaram a não mais integrar o Sinédrio, ou seja, abandonaram a seita, e ajudaram a disseminar o nome de Cristo Jesus e a instituir a “Igreja”. Ocorre que, tais fariseus exigiram dos gentios [que significa todo povo não judeu] convertidos que fossem submetidos a circuncisão, sob pena de não serem salvos, atendendo ao que determinava a lei de Moises, a chamada aliança da carne, ver GÊNESIS 17: 10. Nesse passo, este escritor “acredita” [não afirma] que NICODEMOS fez parte deste grupo dissidente.

Chama atenção, em razão da exigência esdrúxula de circuncisão dos gentios, os apóstolos Paulo de Tarso e Barnabé subiram para Jerusalém e convocaram uma assembleia com os demais apóstolos, juntamente com os anciãos, ver ATOS 15: 02 e 06, tendo havido um julgamento favorável a não exigência da circuncisão, inclusive foi escrito uma sentença para sedimentar o que fora decidido e enviaram para as Igrejas já constituídas, ver ATOS 15: 22-23.

A última passagem que acredito que NICODEMOS tenha participado, é totalmente reprovável. A figura deste fariseu mostra-se um tanto ambígua, pois, ora amava Cristo, ora compactuava com as trevas, digo isto porque, depois da prisão de Jesus, ele foi submetido ao Sinédrio, formado por todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos e os escribas, vejamos os fatos:
 
Marcos 14: 46, 53 e 55
46. E lançaram-lhe as mãos, e o prenderam.
53. E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e AJUNTARAM-SE TODOS OS PRINCIPAIS DOS SACERDOTES, E OS ANCIÃOS E OS ESCRIBAS.

55. E os principais dos sacerdotes e TODO O SINÉDRIO BUSCAVAM ALGUM TESTEMUNHO CONTRA JESUS, PARA O MATAR, E NÃO O ACHAVAM.

Em JOÃO 03: 01 indica que NICODEMOS era membro do Sinédrio, por sua vez, o evangelho acima foi claríssimo ao informar que TODOS OS MEMBROS DO SINÉDRIO, obviamente, incluindo NICODEMOS, buscaram algo para incriminar Jesus e nada acharam. Possa ser que ele não tenha levantado voz contra Cristo, mas, o velho ditado diz: QUEM CALA, CONSENTE!

De outro lado, como o Sinédrio NÃO tinha autoridade para determinar a morte de qualquer pessoa, eis que a lei [societária, estadista, de controle social] que imperava naquele momento não era a de Moisés, mas, sim, a dos Romanos, ver JOÃO 18: 31. Desta maneira, após todo o Sinédrio humilhar Cristo, o levaram para Pôncio Pilatos, o Governador da província romana da Judeia, alegando levianamente que Jesus teria dito que iria destruir o templo [físico] em 03 dias, ver em MATEUS 26: 61 e JOÃO 02: 19, acusaram-no de blasfêmia, ver MATEUS 26: 65 e LEVÍTICO 24: 14 [passível de pena morte somente na Lei de Moisés, mas não na romana], bem como, que ele se auto proclamava “Rei dos Judeus” e atiçava multidões, ver JOÃO 18: 33-35, esta última acusação era a gravíssima, pois, supostamente haveria uma tentativa de levante revolucionário contra o Estado Romano, consequentemente, ameaçava o governo do Imperador Tibério, logo, Pilatos tinha que aplicar a lei romana que determinava a pena de morte por crucificação. Mas, Pilatos não encontrou provas, ver LUCAS 14-16, 20, 22-23, inclusive se negou a aplicar pena, reconhecendo a inocência de Jesus, contudo, fora persuadido sob forte pressão popular para condená-lo, cumprindo o prenúncio dito pelo próprio Jesus, ver MATEUS 20: 19.

Destaca-se, a Bíblia NÃO excepciona a participação de qualquer membro do Sinédrio, pelo contrário, enfatiza que o quadro estava completo. Portanto, mesmo NICODEMOS sendo um admirador em oculto de Cristo, após receber a reprimenda dos seus, ver JOÃO 07: 52, não teve coragem de enfrentar novamente os seus colegas de Tribunal para defender um inocente, um homem imaculado, um homem que ele mesmo reconheceu como “vindo de deus”.
Num breve resumo, a pessoa de NICODEMOS é bem definida na seguinte passagem bíblica:
 
JOÃO 12: 42-43

42. Apesar de tudo, ATÉ MUITOS DOS PRINCIPAIS CRERAM NELE; mas não o confessavam por causa dos fariseus, PARA NÃO SEREM EXPULSOS DA SINAGOGA.

43. PORQUE AMAVAM MAIS A GLÓRIA DOS HOMENS DO QUE A GLÓRIA DE DEUS.

A própria Bíblia aponta que MUITOS dos membros do Sinédrio creram em Jesus Cristo em oculto, mas, tinham medo de se revelar na luz, pois, não queriam serem expulsos da organização, nem serem impedidos de acessar as Sinagogas, local onde passaram a vida toda frequentando. Assim, eles AMAVAM MAIS A GLÓRIA DOS HOMENS DO QUE A GLÓRIA DE DEUS.

Diante de tudo o que foi exposto, concluímos que devemos sempre estar a favor da LUZ DO MUNDO, para que ele clareie nossos passos, sendo ele o caminho, a verdade e a vida! Ao certo, temos que nos ultimarmos sempre, averiguando se estamos andando na LUZ ou nas TREVAS e, utilizando o ensinamento presente no livro de EFÉSIOS 05, onde aponta para termos consciência de que antes podemos ser treva, mas, a partir do momento em que passo a conhecer a verdade, automaticamente resulta numa libertação mental, pessoal, espiritual e comportamental, consequentemente, tornamo-nos luz no Senhor, carecendo de andar como filhos da luz, não mais como néscios, mas, sim, como sábios.

A história explorada por este artigo nos ensina que sempre devemos buscar incessantemente as respostas para as nossas dúvidas religiosas, tal como fez NICODEMOS, pois, ouvindo ele falar sobre Cristo, decidiu averiguar pessoalmente a respeito daquele homem que fazia maravilhas em nome de Deus, quando então se permitiu a ter uma experiência inesquecível, tão grandiosa, a ponto de ser imortalizado nas escrituras sagradas.

De outro ponto, podemos extrair que não devemos de forma alguma dar mais valor à GLÓRIA DOS HOMENS em detrimento da GLÓRIA DE DEUS, pois, o Senhor Jeová Deus é o nosso porto seguro e nos traz um acalanto eterno, enquanto que a glória dos homens é passageira e finita, trazendo tão-somente uma satisfação vazia e momentânea.

A história de NICODEMOS nos mostra que devemos ter muito cuidado com nossas relações humanas, haja vista que podem nos influenciar de modo prejudicial, inclusive, podendo resultar no afastamento de Deus.

Aprendemos também, que devemos dar valor a pessoa enquanto ela vive, nos possibilitando experimentarmos vivências extraordinárias, posto que o evento morte nos subtrai o gozo, a felicidade e o direito de usufruir o que o outro pode nos proporcionar; no que pese o Cristo estar vivo até hoje, contudo, percebemos pela história de NICODEMOS que em razão da sua ganância por dinheiro e poder, o impediu de ter presenciado coisas maravilhosas, caminhar ao lado de Jesus, ser um discípulo, alcançar a graça e a salvação; ele só se libertou das suas amarras da carne e renunciou ao deleite do poder depois que viu o cadáver de Cristo. Portanto, não podemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje! o arrependimento pode ser doloroso, e o tempo não volta atrás.

De mais a mais, removemos da história explorada que a vida muitas vezes nos oferecerá opções, sendo que nossas escolhas trarão consequências muitas vezes irremediáveis, logo, devemos pedir direção ao Senhor Jeová Deus e ter muita fé no nosso caminhar, porquanto, o viver nada mais é que do que suportar a dor e a delícia dos resultados das nossas escolhas.

Aprendemos que jamais podemos nos ocultar quando o assunto é Nosso Senhor Cristo Jesus, a valentia é uma necessidade, e o querer deve resumir-se num coração quebrantado suplicando por redenção e fé, possibilitando a defesa da verdade, a busca da justiça e o exalte da paz.

E o ensinamento mais importante de todos é que não devemos seguir nossas vidas preocupados com o que o os outros irão pensar sobre nós. Temos que adotar a postura que melhor nos faça feliz, independentemente de agradar terceiro. Jamais podemos ter vergonha ou inibição para declarar o nosso amor por Jesus Cristo Nosso Senhor, muito menos ao Senhor Jeová Deus, tais, são a verdade deste mundo.
Em resumo, a mensagem crucial passada a NICODEMOS deve ser seguida por toda humanidade: TENHA FÉ E CREIA EM CRITO JESUS COMO SEU ÚNICO SALVADOR E VIVA ETERNAMENTE!

Finalizo “A noite é passada, e o dia é chegado; dispamo-nos, pois, das obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luzROMANOS 13: 12.

Graça e paz a todos os amigos leitores!

Camaçari/BA, 26 de Março de 2018.


ASS: Cleiton Marcio Santos Souza
Advogado, escritor, poeta, bacharelando em teologia e adorador de Cristo Jesus Nosso Senhor!
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