NICODEMOS, UM HOMEM ENTRE A LUZ E AS TREVAS: O FARISEU QUE AMAVA JESUS CRISTO EM OCULTO – O AMOR A GLÓRIA DOS HOMENS EM DETRIMENTO A GLÓRIA DE DEUS.
ANÁLISE BÍBLICA: PARTE XI
NICODEMOS, UM HOMEM ENTRE A LUZ E AS TREVAS: O FARISEU QUE AMAVA JESUS CRISTO EM OCULTO – O AMOR A GLÓRIA DOS HOMENS EM DETRIMENTO A GLÓRIA DE DEUS.
NICODEMOS, UM HOMEM ENTRE A LUZ E AS TREVAS: O FARISEU QUE AMAVA JESUS CRISTO EM OCULTO – O AMOR A GLÓRIA DOS HOMENS EM DETRIMENTO A GLÓRIA DE DEUS.
Neste artigo abordarei a respeito de um homem
muito interessante, ele é mencionado diretamente em apenas 03 passagens na Bíblia,
todas no livro de João, sua história é maravilhosa e encantadora, merecendo ser
esmiuçada ponto a ponto, porquanto, o aprendizado ser imensurável.
Antes de falar sobre NICODEMOS, temos que fazer um
introito acerca do principal opositor do Cristo Jesus, a saber: um grupo religioso conservador chamado de FARISEUS, era uma seita composta por judeus que
seguiam fielmente a TORÁ, também chamada de PENTATEUCO ou LEI DE MOISÉS, nada
mais é do que a reunião dos 05 primeiros livros da Bíblia: Gênesis,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Os fariseus eram responsáveis
pelas sinagogas, o ensino religioso ao povo e integravam o Sinédrio, a Suprema
Corte religiosa e política do judaísmo, ou seja, era um grupo que naquela época
tinha muita influência na sociedade.
Os fariseus seguiam indubitavelmente o que constava nas
escrituras sagradas, em síntese, A LETRA FRIA DA LEI, bem
como, o que foi dito pelos profetas do Senhor Jeová Deus. O estarrecedor é que
eles acreditavam na vinda do MESSIAS,
outrossim, só não estavam preparados para encontrar com o mesmo, ainda mais na
condição em que Jesus se apresentou, humilde, andava com os pobres, almoçava
com pecadores, dava assistência a viúvas e prostitutas, sem posses, sem
projeção social, oriundo de uma aldeia sem qualquer visibilidade e etc.
A celeuma toda se instalou quando Jesus passou
cerca de 30 anos se preparando para a missão, ver LUCAS 03: 23, depois foi batizado, ver MATEUS 03: 16, quando então ficou cheio do espírito santo, ver LUCAS 04: 01, em seguida foi levado ao
deserto para ser tentado, ver MARCOS 01:
13, após ter suportado as investidas do maligno, quando então, guarnecido
de toda santidade messiânica, finalmente, adentrou
na sinagoga localizada em Nazaré, cidade onde cresceu, ver LUCAS 02: 39 e 51, e
anunciou que vinha para cumprir a profecia presente no livro de ISAÍAS 61: 01,
em resumo, ele se auto proclamou o Messias, o enviado de Deus, dotado de toda
autoridade do filho do Altíssimo, vindo para anunciar a boa nova a toda
humanidade, vejamos:
LUCAS 4: 16-21
16. E,
CHEGANDO A NAZARÉ, ONDE FORA CRIADO, ENTROU NUM DIA DE SÁBADO, SEGUNDO O SEU
COSTUME, NA SINAGOGA, E LEVANTOU-SE PARA LER.
17. E foi-lhe dado O LIVRO DO PROFETA
ISAÍAS; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava
escrito:
18. O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres.
Enviou-me a curar os quebrantados de
coração,
19. A pregar liberdade aos cativos, E
restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o
ano aceitável do Senhor.
20. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar
ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21. Então começou a dizer-lhes: HOJE SE CUMPRIU ESTA ESCRITURA EM VOSSOS OUVIDOS.
Daqui em diante a bíblia conta que Jesus passou
a fazer maravilhas atrás de maravilhas, comprovando que era ele o Cristo.
Ainda, ele representava o novo pacto, não da letra/lei de Moisés, mas do
espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica, ver 2 CORÍNTIOS 03: 06, assim, acabou por
escandalizar e revoltar os fariseus, nascendo uma verdadeira guerra:
Primeiro, por que
os fariseus não acreditavam ser Jesus o tão esperado Messias, achavam ser ele um
farsante como diversos outros que já tinham aparecido em Israel, tal como
Teudas e Judas Galileu [não é o Judas
traidor], ver ATOS 5:35-39.
Segundo, por que os fariseus provavelmente acreditavam
que o Cristo viria da descendência do próprio grupo deles, uma vez que se
achavam “puritanos”, guardiões das leis de Deus, cultos, religiosos
conservadores da palavra e dos costumes do povo judeu.
Terceiro, viam Jesus como ameaça política e
religiosa, pois, o reconhecimento da vinda do Cristo geraria descredito perante
toda sociedade hebreia, ocasionando perda de poder e influência, consequentemente,
surtiria efeitos nos negócios.
Quarto, achavam que o Messias iria dar continuidade
ao ordenamento dado por Deus a Moises, mantendo todos os costumes e rituais, seguindo
fielmente o que estava escrito nas leis e estatutos, e não revogá-lo.
Portanto, a Bíblia deixa muito claro que os
fariseus tinham ódio de Jesus, inclusive tentavam achar uma oportunidade para
matá-lo, ver MATEUS 12: 14, ofendia-o,
ver MATEUS 12: 24, ou seja, havia
uma relação totalmente instável, tanto era, que foram os fariseus juntamente
com os saduceus que arquitetaram a morte de Jesus.
Conta o texto sagrado que UM DOS PRINCIPAIS DO GRUPO DOS FARISEUS,
inclusive, membro do Tribunal Supremo dos Judeus, o Sinédrio, CLANDESTINAMENTE acreditava que Jesus realmente
era o Cristo, o enviado por Deus, o nome deste importante homem era NICODEMOS, vejamos o texto em comento:
JOÃO 03: 01-02
01. E havia ENTRE OS FARISEUS um
homem, chamado NICODEMOS, MEMBRO DO SUPREMO TRIBUNAL DOS
JUDEUS.
02. Este FOI TER DE NOITE COM
JESUS, e disse-lhe: Rabi, bem SABEMOS QUE ÉS MESTRE, VINDO DE DEUS; PORQUE NINGUÉM PODE FAZER
ESTES SINAIS QUE TU FAZES, SE DEUS NÃO FOR COM ELE.
Temos um FARISEU possuidor da ALTA POSIÇÃO NO
GRUPO, um MESTRE DA LEI em Israel, diga-se, exímio conhecedor da Lei de Moisés,
depois de saber da história de um Galileu que fazia maravilhas, sinais e
milagres divinos, decidiu por vontade própria conhecê-lo pessoalmente, então
fora ter com Jesus.
A Bíblia não deixou seu nome em oculto, NICODEMOS,
que significa "vitorioso",
"o que vence com o povo",
"o que conduz o povo à vitória",
tal fariseu, com receio de sofrer represália dos demais da sua própria estirpe,
procurou Cristo a NOITE, ou seja, na clandestinidade. Assim que ele
viu o Messias, mesmo sendo ele um doutor da lei, humilhou-se, e ao mesmo tempo, EXALTOU JESUS, o chamando de RABI,
que quer dizer MESTRE, ou seja, de logo, reconheceu a santidade e intelectualidade
de Cristo, deixando claro que Jesus era o seu mestre.
NICODEMOS diz a Cristo: “Rabi,
bem SABEMOS que és mestre, VINDO DE DEUS; porque ninguém pode fazer
estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”, nesse
passo, deixou claro em sua fala, as seguintes premissas:
Primeiro: Que todos
ou alguns fariseus sabiam que Cristo era o filho de Deu, a profecia viva, o
enviado, tanto é que ele diz “SABEMOS”, no plural, e não “EU SEI”,
comprovando que mais pessoas acreditavam da mesma forma que ele;
Segundo: É de
se ver que NICODEMOS
e os demais, por mais que estivessem escandalizados com o poder divino e fama
de Jesus Cristo, tinham total convicção
da santidade deste último, tanto que afirmou categoricamente que era ele
MESTRE VINDO DE DEUS, pois, nenhum ser humano poderia fazer maravilhas que ele
fazia, sem que Deus intercedesse a respeito.
Após a fala de NICODEMOS, Cristo o responde,
nascendo um diálogo muito enriquecedor, observemos:
JOÃO 3: 03-04
03. Jesus respondeu, e
disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que AQUELE QUE NÃO NASCER DE NOVO, NÃO PODE VER O REINO DE
DEUS.
04. Disse-lhe Nicodemos:
COMO PODE UM HOMEM NASCER,
SENDO VELHO? PODE, PORVENTURA, TORNAR A ENTRAR NO VENTRE DE SUA MÃE, E NASCER?
Como Cristo
conhece a índole de todo ser humano, conforme preconiza em JOÃO 02: 23-25, até porque não há
criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e
patentes aos seus olhos, HEBREUS 04: 13.
Portanto, Jesus era sabedor que estava diante de um dos principais fariseus,
doutor da lei, assim, falou por meio de PARÁBOLA, indicando: “[...] aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus”, inicialmente causando confusão mental em NICODEMOS.
Chama atenção, Cristo ensinava que aquele que
tivesse fé e seguisse os preceitos divinos, a palavra acerca do mistério do
reino de Deus seria facilmente entendível, no entanto, aquele que estivesse afastado da palavra, todo o ensinamento seria
passado por meio de parábolas, vejamos:
MARCOS 04: 11-12
11. E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, MAS AOS QUE ESTÃO DE FORA TODAS ESTAS COISAS SE DIZEM POR PARÁBOLAS,
12. Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se
convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.
MARCOS 04: 33-34
33. E com MUITAS PARÁBOLAS tais lhes
dirigia a palavra,
segundo o que podiam compreender.
34. E
SEM PARÁBOLAS NUNCA LHES FALAVA; porém, tudo declarava em particular aos seus
discípulos.
Parábola quer dizer comparação, analogia,
discurso figurado, movimento paralelo, é uma narração alegórica que envolve
algum preceito de moral, alguma verdade importante, normalmente a uma comparação
desenvolvida em uma história curta, cujos elementos são eventos e fatos da vida
cotidiana e na qual se ilustra uma verdade moral ou espiritual. Cristo usava
muito em suas pregações, por meio de histórias curtas, de conteúdo simbólico, objetivando
transmitir ensinamento divino.
O ensinamento do Nazareno por meio de
parábolas, era profético, passado pelo profeta Isaías:
ISAÍAS 06: 09
09. Ele me respondeu: “Vai e dize a este povo: Podeis ouvir
constantemente, mas não haveis de
compreender; podeis ver e continuar a ver sempre, contudo jamais percebereis! [...]
ISAÍAS 44: 18
18. Eles nada sabem nem
entendem, porque os seus olhos são incapazes de ver e os seus corações não conseguem compreender.
Ou seja, a profecia de Isaías se cumpriu,
inclusive, ver confirmação prevista em Mateus 13: 14-15.
Mesmo o Nazareno fazendo uso de parábola, ele
sempre utilizava uma mensagem que podia
ser compreendida, permitindo a
avaliação do ensinamento, cabendo ao destinatário realizar uma atividade mental
para captá-la. E foi justamente isso que ele fez com NICODEMOS, tanto que inicialmente, ele realmente não
tinha entendido o sentido de NASCER DE NOVO, tanto que perguntou a Cristo:
“Como
pode um homem nascer, sendo velho?”
“Porventura,
tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?”
Diante das perguntas de NICODEMOS, Jesus facilitou o
ensinamento, atenuando, deu pistas ao que ele realmente queria dizer:
JOÃO 03: 05
05. Jesus respondeu: Na
verdade, na verdade te digo que AQUELE QUE NÃO NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO, NÃO PODE
ENTRAR NO REINO DE DEUS.
Sucede que, logo após, Jesus voltou a falar por
meio de parábolas:
JOÃO 03: 06-08
06. O QUE É NASCIDO DA CARNE É CARNE, E O QUE É
NASCIDO DO ESPÍRITO É ESPÍRITO.
07. Não te maravilhes de te ter dito:
NECESSÁRIO VOS É NASCER DE NOVO.
08. O VENTO assopra ONDE QUER, e ouves a sua
voz, mas NÃO SABES DE ONDE VEM, NEM PARA ONDE VAI; assim é todo aquele que é
nascido do Espírito.
Diante das palavras do sábio dos sábios, uma parábola extremamente complexa,
onde Cristo aponta todo momento para o BATISMO, resultando no nascimento do novo
indivíduo, num ato de entrega da vida pregressa e início de uma vida com novos
rumos e princípios.
Jesus Cristo diz abertamente que aquele que é NASCIDO DA CARNE, fruto do natural início
da vida humana, está materializado somente na carne, ou seja, até então, inexiste
redenção para tal indivíduo, pois, ele ainda está diretamente ligado ao pecado e
as práticas pecaminosas do mundo. Entretanto, tudo muda com aquele que é NASCIDO DO ESPÍRITO, pois, é espírito, e nova
criatura é, movido pela benção de Deus, portador da graça, sendo guiado
pelos preceitos divinos.
Como se não bastasse, Jesus pede para que NICODEMOS
não ficasse deslumbrado por ter lhe dito que restaria imperioso que ele
nascesse outra vez como condição para conhecer o reino de Deus. Ou seja, vista
a sua fé e se permita conhecer o novo mundo.
Noutro momento, usando uma nova parábola complexíssima, comparou os nascidos de espírito [batizados] ao vento. Em resumo, o ensinamento ficou ainda
mais sério! Como assim nascer novamente? O que o vento tem a ver com o
nascimento de espírito?
O que Cristo quis dizer é que o espírito é algo
intangível quanto a materialização humana, ou seja, algo impossível de
manipulação humana, de ser visto, tocado, unicamente podendo ser sentido, por isso, a compreensão humana,
por si só, ela é obsoleta, forçoso que o indivíduo possua o ingrediente
infalível, a FÉ,
manifesta através da credulidade no filho do homem como seu Senhor Salvador e
na remissão dos pecados, então receberá o espírito santo, ver ATOS 02: 38.
Quanto a parábola do vento/espírito, temos que o vento quando
assopra, pode ocorrer em qualquer lugar, permitindo a singela percepção humana por
meio da escuta e etc, porém, nós não o vemos, não sabemos de onde ele veio,
muito menos, para onde ele vai. Por sua
vez, como o novo nascimento é uma livre escolha do indivíduo, e com o seu
advento, surge uma nova criatura, a priori, estando sujeito aos atos da fé, passando
a ser guiado pelo espírito. Deste modo, ele não sabe mais para onde poderá ser
conduzido, posto que o novo propósito do espirito é
guiado unicamente por Deus, obviamente, se assim o sujeito se submeter,
até porque somos detentores do livre arbítrio.
Para facilitar o entendimento ensinado por
Cristo na parábola do vento/espírito, observemos as passagens presentes no
livro de Eclesiastes:
ECLESIASTES 01: 06
06. Os ventos sopram para o sul, depois viram para o norte; dão
voltas e mais voltas e CESSAM NO PONTO
DE PARTIDA.
ECLESIASTES 11: 05
05. Assim
como NÃO CONHECES O CAMINHO DO VENTO, tampouco como o espírito
entra no corpo que se forma no ventre de uma mulher, DO MESMO MODO NÃO PODES COMPREENDER AS OBRAS DE DEUS, O CRIADOR DE TUDO
O QUE HÁ!
Temos que o vento/espírito sempre termina no ponto de partida, ou seja, onde ele iniciou, será onde ele vai
terminar, em síntese, iniciasse a criação humana com o nascimento, depois,
temos o livre arbítrio de aceitar ou não o batismo, aceitando, o vento/espírito
que nos criou, ou seja, O ESPÍRITO QUE SE FEZ MATERIA, com o batismo vem o espírito santo
e transforma A MATÉRIA EM ESPÍRITO, ver ROMANOS
08: 16 “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus”. Observemos que, já temos um espírito com o
nascimento, que é a particular de cada um, mas, não é o espirito santo, pois,
como já vimos, só repousa em nós com o renascimento em Cristo.
De outro lado, a Bíblia aponta novamente que não temos como conhecer o caminho do
vento/espírito, e assim compreender as obras e intercessões de Deus neste
sentido, muito menos aquelas operadas por intermédio do espírito santo, eis
que não temos o poder de interferência, por isso, ele sopra onde quer, vai e
fica para onde quiser, tudo segundo os desígnios do Criador.
Para melhorar um pouco mais a abstração de tal parábola,
vejamos agora um grande exemplo presente no livro de Ezequiel:
EZEQUIEL 37: 09
9. Então o Eterno me ordenou: “Profetiza agora ao espírito!
Profetiza, ó filho do homem, e convoca ruah, o sopro da vida, dizendo: Assim diz Yahweh, O SENHOR DEUS: Ó ESPÍRITO, VEM DOS QUATRO VENTOS E ASSOPRA
SOBRE ESTES MORTOS PARA QUE VIVAM!”
Utilizando a passagem bíblica acima e fazendo
referência a parábola do vento e a parábola do batismo, chegamos a seguinte
premissa: ESPIRITO X MATERIALIZAÇÃO HUMANA X NASCIMENTO DA CARNE X
INDIVIDUO X BATISMO X MORTE X NOVO NASCIMENTO X ESPÍRITO,
pois, com a decisão do batismo o sujeito morre para o mundo, vindo o sopro da
vida para proceder o avivamento do novo indivíduo para o Senhor Jeová Deus.
Depois deste vendaval de ensinamento na cabeça
do fariseu NICODEMOS,
já entorpecido com a doutrina de elevadíssima complexidade, mesmo sendo ele doutor
da lei, mestre em Israel, A ABSTRAÇÃO FOI ZERO, tanto que ele suplicou para que Jesus esclarecesse o enigma, ver ele
dizendo: “COMO PODE SER ISSO? pois, fugia da sua racionalidade
completamente espremida pelo frívolo e arraigado fundamento religioso
conservador, ele somente entenderia se tivesse guardado sua religiosidade e
vestido a fé:
JOÃO 03: 09-10
09. Nicodemos respondeu, e
disse-lhe: COMO PODE SER ISSO?
10. Jesus respondeu, e disse-lhe: TU ÉS MESTRE DE
ISRAEL, E NÃO SABES ISTO?
É de se ver o total desespero do fariseu para
entender a parábola, entretanto, Cristo ao invés de clarear a mente do
religioso, lhe questiona ironicamente “TU ÉS MESTRE DE ISRAEL, E NÃO SABES ISTO?”.
Categorizando que seria inadmissível, que um julgador, um político, um líder do
povo israelita, defensor das leis de Deus, não sabia a respeito do que lhe foi
dito.
Na
passagem bíblica acima nasce uma celeuma, e Jesus foi impiedoso é sábio quando
desafiou o religioso, vejamos o porquê da pergunta sarcástica:
A conversa entre Cristo e NICODEMOS tratou nada mais nada
menos acerca da importância do BATISMO [novo nascimento da água e do espírito],
como instrumento de salvação do homem, sem o qual não poderia conhecer o reino
de Deus. Ocorre que, como já dito, NICODEMOS era um fariseu, defensor mortal da
lei e dos livros do antigo testamento, logo, ele era sabedor que antes da vinda
do Cristo, haveria um mensageiro que
prepararia o seu caminho, segundo ensinava o profeta Malaquias, o último
mensageiro do Velho Testamento, quando prenunciava aproximadamente no ano de
430 a. C, notemos:
MALAQUIAS 03: 01
01. EIS QUE EU
ENVIO O MEU MENSAGEIRO, E ELE HÁ DE
PREPARAR O CAMINHO DIANTE DE MIM; e de repente virá ao seu templo o
Senhor, a quem vós buscais, e o ANJO DO PACTO, a quem vós desejais; eis que ele
vem, diz o Senhor dos exércitos.
NICODEMOS também conhecia a profecia de
Isaias:
ISAIAS 40: 03
03. Há uma voz que
clama: “Em meio à terra desértica preparai o caminho para Yahweh;
na estepe, aplanai uma vereda para o nosso Deus!
Para agravar, antes da vinda de Jesus, João o Batista,
já vinha preparando o caminho, nas palavras de Isaias, fazendo uma trilha em
meio a savana, abrindo alas, pois, viria um homem a passar, assim, apregoava para
todos acerca da vinda do Messias, inclusive, realizando BATISMO por toda
Jerusalém, a Judeia e todo povoado ao redor do Jordão, ou seja, a atividade desempenhada por João, seguido
dos seus conselhos proféticos, era
de conhecimento de todos, do Rei Herodes aos fariseus, incluindo,
obviamente, NICODEMOS,
vejamos a passagem:
MATEUS 03: 01-12
01. E, naqueles
dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia,
02. E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino
dos céus.
03. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que
disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as
suas veredas.
04. E este João
tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus
lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.
05. ENTÃO IA TER COM ELE JERUSALÉM, E TODA A JUDÉIA, E TODA A PROVÍNCIA
ADJACENTE AO JORDÃO;
06. E eram por ele BATIZADOS no rio Jordão, confessando os seus pecados.
07. E, VENDO ELE MUITOS DOS FARISEUS E DOS SADUCEUS, QUE VINHAM AO SEU
BATISMO, DIZIA-LHES: RAÇA DE VÍBORAS, QUEM VOS ENSINOU A FUGIR DA IRA
FUTURA?
08. Produzi, pois,
frutos dignos de arrependimento;
09. E não presumais, de vós mesmos, dizendo:
Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar
filhos a Abraão.
10. E também agora
está posto o machado à raiz das árvores;
toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.
11. E EU, EM VERDADE, VOS BATIZO COM ÁGUA, PARA O ARREPENDIMENTO; MAS AQUELE QUE VEM APÓS MIM É MAIS PODEROSO DO QUE EU; cujas
alparcas não sou digno de levar; ELE VOS
BATIZARÁ COM O ESPÍRITO SANTO, E COM FOGO.
12. Em sua mão tem a
pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a
palha com fogo que nunca se apagará.
Em resumo, em MATEUS 03: 05, fica clara a gigantesca
popularidade de João o Batista, pois, além dele ter percorrido grande
territorialidade, ininterruptamente pregando o batismo com água, para o arrependimento
e para o perdão dos pecados; João NÃO fazia qualquer acepção de pessoa, tanto
que batizava e admoestava publicanos [judeus
cobradores de impostos, considerados pecadores e traidores pelo seu próprio
povo] e soldados, ver LUCAS 3: 12 e 14.
Não se pode olvidar, o evangelho de Lucas é
categórico ao afirmar que os
fariseus se negavam a receber o
batismo, assim, rejeitando o conselho de
Deus, vejamos:
LUCAS 07: 29-30
29. E todo o povo que o ouviu,
e até os publicanos, reconheceram a justiça de Deus, recebendo o batismo de
João.
30. Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o CONSELHO
DE DEUS quando a si mesmos, não sendo batizados por ele.
Em
MATEUS 03: 07, a Bíblia conta que MUITOS FARISEUS
VINHAM ACOMPANHAR O BATISMO, mas, João o Batista como já era conhecedor
da índole e dos interesse daqueles [atrapalhar
o propósito/missão], de logo, DIZIA-LHES: RAÇA
DE VÍBORAS.
Vale frisar, a figura divina de João Batista era
tão grandiosa que achavam que ele era a reencarnação do profeta Elias ou até
mesmo o próprio Cristo, ver LUCAS 03: 15
e JOÃO 01: 20-21,
João
era tão poderoso que o próprio Rei Herodes o temia,
pois, sabia que ele era um homem justo e santo, mesmo mandando prender, guardava-o
com segurança, e fazia muitas coisas a seu favor, inclusive o atendia de boa
mente e o ouvia, ver MARCOS 06: 20.
Não se pode olvidar ainda, que João Batista já discipulava alguns apóstolos de
Cristo, ver JOÃO 01: 35, comprovando
a sua autoridade.
O incrível foi que João o Batista anunciava a
vinda de um homem que sequer conhecia, vejamos “E eu NÃO O CONHECIA; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por
isso, BATIZANDO COM ÁGUA”, mas, assim que o viu disse “Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, vejamos:
JOÃO 01: 26-34
26. João
respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água;
mas no meio de vós está um a quem vós não
conheceis.
29. No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e
disse: EIS O CORDEIRO DE
DEUS, QUE TIRA O PECADO DO MUNDO.
30. Este é aquele do
qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do
que eu.
31. E eu não o conhecia; mas, PARA QUE ELE FOSSE MANIFESTADO A ISRAEL, VIM EU, POR ISSO, BATIZANDO
COM ÁGUA.
32. E João
testificou, dizendo: Eu vi o Espírito
descer do céu como pomba, e repousar sobre ele.
33. E eu não o
conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é
o que batiza com o Espírito Santo.
34. E eu vi, e tenho
testificado que este é o Filho de Deus.
De mais a mais, João sempre deixou claro que
ele batizava com água, para o arrependimento, todavia, o Messias, que viria
logo após ele, batizaria com o espírito santo. No evangelho de MATEUS 03: 11-12, acrescenta que
haveria o batismo com fogo, sendo que este nunca se apagaria, pois, o espirito
que repousaria no renascido seria inapagável, dado a chama santa que seria
acesa, visto ser Cristo a luz do mundo.
Duas
coisas importantes devem ser pontuadas:
Prmeiro, Por mais que João Batista mencionasse
que seria JESUS quem batizaria, ver JOÃO
01: 33, porém, na Bíblia conta que quem
batizava o povo eram os DISCÍPULOS de Jesus,
alguns deles, como já dito, foram discípulos de João o Batista, os quais
aprenderam tudo a respeito do que era o batismo e qual sua importância,
vejamos:
JOÃO 03: 22
22. Depois disto foi Jesus com os seus discípulos para a terra
da Judéia; e estava ali com eles, e batizava.
JOÃO 04: 01-02
01. E quando o Senhor entendeu que os fariseus tinham ouvido que
Jesus fazia e batizava mais discípulos
do que João
02. (AINDA QUE JESUS MESMO NÃO
BATIZAVA, MAS OS SEUS DISCÍPULOS),
Resta claro que os discípulos batizavam em nome
de Jesus, com poder e autoridade concedido por ele, pois Cristo tinha uma missão definida, que obviamente não era batizar o
povo, mas, sim, salvar a humanidade dos
seus pecados, uma missão árdua e prolixa, por tal motivo, não poderia doar
seu tempo para outros propósitos senão aquele.
Segundo, João Batista diz que Cristo batizaria no
espírito santo, ver JOÃO 01: 33,
contudo, até
a morte do Messias, o
batismo se dava apenas pelo espírito, que é a manifestação
do próprio espirito que cada um de nós já temos por sermos filhos de Deus, EIS QUE CRISTO
AINDA NÃO HAVIA SIDO GLORIFICADO, ocorrendo somente após a crucificação,
a partir de tal acontecimento, o BATISMO
PASSARIA A SER COM O ESPIRITO SANTO, vejamos a passagem:
JOÃO 07: 38-39
38. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva
correrão do seu ventre.
39. E isto disse ele DO ESPÍRITO QUE HAVIAM DE
RECEBER OS QUE NELE CRESSEM; PORQUE O ESPÍRITO SANTO AINDA NÃO FORA DADO,
POR AINDA JESUS NÃO TER SIDO GLORIFICADO.
Retornando
a discussão para NICODEMOS, RESTA CLARO QUE ELE ERA
UM HOMEM RELIGIOSO PLENAMENTE CONHECEDOR DO SIGNIFICADO DO BATISMO, motivo pelo
qual não poderia escandalizar-se com a expressão do nascimento por meio da água
e do espírito. Assim, analisando o diálogo dele com Cristo, acredito
que num dado momento da conversa ele se perdeu, ante a complexidade das parábolas,
porém, veio a se situar logo depois, o
que levou Cristo a ser sarcástico e desafiador, perguntando-lhe como o
mesmo poderia ser uma autoridade do alto escalão sem ter conhecimento básico
sobre o batismo, diga-se, maciçamente apregoando por João Batista e
naturalmente discutido por todos os quatro cantos das cidades circunvizinhas do
Rio Jordão.
Continuando a analisar o diálogo entre NICODEMOS
e Cristo, este último, após a pergunta daquele, disse:
JOÃO 03: 11-12
11. Na verdade, na verdade
te digo que NÓS DIZEMOS O
QUE SABEMOS, e TESTIFICAMOS
O QUE VIMOS; e não aceitais o nosso testemunho.
12. Se vos falei de coisas
terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
Jesus Cristo cara a cara com o Fariseu, disse “NÓS DIZEMOS O QUE SABEMOS”, ou seja,
estou te lembrando das profecias presentes em MALAQUIAS 03: 01 e ISAIAS
40: 03, que tanto eu como você temos total conhecimento, pois, está na LEI!
está no mundo e totalmente acessível.
Novamente, o Nazareno falou: “TESTIFICAMOS O QUE VIMOS”, em resumo, tanto
eu como você NICODEMOS
com os nossos próprios olhos vimos a
profecia acima se cumprir com a vinda de João o Batista! acredito que
Cristo tenha dito “eu testifiquei a sua
santidade, me subjugando ao batismo”, enquanto que você, testificou, mas,
não se subjugou ao santo ato [conselho de
Deus] e ao maior profeta nascido de mulher, ver MATEUS 11: 11. OOOOOH geração incrédula, MATEUS 17: 17.
O Messias ainda mencionou que a conversa girou
em torno de questão carnal, da terra, do mundo físico, discussão acerca da
conduta humana, todavia, NICODEMOS mesmo vendo, atestando e conhecendo,
ainda assim, não aceitava os ensinamentos, mostrando dureza de coração, frente a sua incredulidade desmedida. Logo, como ele iria crer acerca das coisas
celestiais.
Como Cristo conhece a índole humana, ver JOÃO 02: 23-25, em razão da conversa, percebeu
o maremoto de emoções, tumulto mental e confusão religiosa instalada naquele
homem, mas, via em NICODEMOS algo diferente, então, decidiu
elevar o nível da conversa e passou a falar das questões celestiais:
JOÃO 03: 13
13. Ora, ninguém subiu ao
céu, senão o que desceu do céu, O FILHO DO HOMEM, QUE ESTÁ NO CÉU.
A partir daqui, Cristo passa a falar dele mesmo, porém por meio de parábolas, em verdade, lançou um desafio
para ver se o fariseu iria abstrair o real significado de sua pessoa e sobre a
verdade do mundo, consta em JOÃO 01: 17
“Porque a
lei foi dada por Moisés; a GRAÇA e a VERDADE vieram por Jesus Cristo”.
Então, pretendia o Cristo abrir os olhos do doutor da lei de Moisés, lhe
apresentando a graça e a verdade como colírio.
Como NICODEMOS era um profundo conhecedor das
Escrituras Sagradas, Cristo lhe submeteu a um vestibular, para ver se ele tinha
internalizado o real significado daquilo que o fariseu supostamente protegia, o
fundamento da palavra, pois, consta no livro de Provérbios:
PROVÉRBIOS 30: 04
04. QUEM SUBIU AO CÉU E DE LÁ RETORNOU?
Quem reúne o poder dos ventos em uma das
mãos? Quem represa as águas do mar numa túnica? Quem determinou todos os
limites da terra? Qual é o seu Nome, e o
Nome do seu Filho? RESPONDEI-ME,
SE É QUE O SABES!
NICODEMOS poderia ter associado tudo o que havia
aprendido naquela noite, interligando os ensinamentos, principalmente, o da
parábola do vento e a questão da subida e descida dos céus, eis que estava diante de si a resposta para
o provérbio acima que ele era conhecedor.
Como não teve resposta, Jesus deu mais uma
ajuda ao fariseu e relembrou uma história ocorrida no deserto, na época de Moises, já que NICODEMOS seguia fielmente a LEI
DE MÓISES, logo, nada melhor que utilizar o próprio legislador e fiel mentor
dos ensinamentos daquele. A história relembrada retratava plenamente o Cristo,
ou seja, a história se repetia em sua pessoa:
JOÃO 03: 14-15
14. E, como Moisés levantou a serpente no
deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;
15. Para que TODO AQUELE QUE NELE CRÊ NÃO
PEREÇA, mas tenha a vida eterna.
Faz-se necessário relembrarmos de qual história
fantástica fora comentada:
NÚMEROS 21: 04-09
04. Então partiram do monte Hor, pelo caminho do Mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém A ALMA DO POVO ANGUSTIOU-SE
NAQUELE CAMINHO.
05. E O POVO FALOU CONTRA DEUS E
CONTRA MOISÉS: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos
neste deserto? POIS AQUI NEM PÃO NEM
ÁGUA HÁ; E A NOSSA ALMA
TEM FASTIO DESTE PÃO TÃO VIL.
06. ENTÃO O SENHOR MANDOU ENTRE O
POVO SERPENTES ARDENTES, QUE PICARAM O POVO; E MORREU MUITA GENTE EM
ISRAEL.
07. Por isso o povo veio
a Moisés, e disse: Havemos pecado, porquanto temos falado contra o Senhor e
contra ti; ora ao Senhor que tire de nós
estas serpentes. Então Moisés orou pelo povo.
08. E disse o Senhor a Moisés: FAZE-TE
UMA SERPENTE ARDENTE, E PÕE-NA SOBRE UMA HASTE; E SERÁ QUE VIVERÁ TODO O
QUE, TENDO SIDO PICADO, OLHAR PARA ELA.
09. E Moisés fez uma SERPENTE
DE METAL, E PÔ-LA SOBRE UMA HASTE; e sucedia que, picando alguma serpente a
alguém, quando esse
olhava para a serpente de metal, VIVIA.
Conta a Bíblia que após da morte de Arão, irmão
de Moises, devido a sua rebeldia nas águas de Meribá, NÚMEROS 20: 24, o povo ficou
muito abalado, para agravar, em seguida, os israelitas foram a guerra
contra os cananeus, onde a batalha não restou tão frutífera, tanto que o
adversário conseguiu levar alguns israelitas como prisioneiros. Então, como os
israelitas tiveram que rodear a Cidade de Edom, debaixo de um sol quente, num
calor desértico, então o povo passou a murmurar e a angustiar a alma! Como se
não bastasse, passaram a falar em desfavor de Deus e do libertador Moises,
chegando ao absurdo de desrespeitar até mesmo a única comida que tinha, então
fornecida pelo senhor [maná/pão – corpo de Cristo], chamando-a de
detestável/desprezível.
Diante da blasfémia, o texto sagrado aduz que
Deus mandou SERPENTES ABRASADORAS,
as quais, picaram o povo, levando a morte muitos israelitas. Em virtude do desespero,
o povo foi até Moises e suplicou para que ele orasse para Deus pedindo
clemência. Deus tendo compaixão do povo israelita, determinou a Moisés: “FAZE-TE UMA
SERPENTE ARDENTE, E PÕE-NA SOBRE UMA HASTE; E SERÁ QUE VIVERÁ TODO O
QUE, TENDO SIDO PICADO, OLHAR PARA ELA”, sendo a determinação
cumprida pelo líder, de tal modo, toda pessoa picada quando olhava para a
serpente de metal, VIVIA.
Então, qual a relação de tal história com o
Cristo Jesus? Resposta: TUDO!
Cristo utilizou tal história, pois, mais à
frente ele seria crucificado, levantado e pendurado no madeiro, da mesma forma
que a serpente metálica fora suspensa.
Outra, a história de Moises diz que todo aquele
que fosse picado pela serpente, tendo FÉ e crendo na MISERICÓRDIA do Senhor Jeová Deus,
quando olhasse para cima, e fixasse o olho na serpente de metal pendurada no
alto de um tronco, haveria a remissão
dos seus pecados, da sua blasfémia, de sua dor, de sua enfermidade, das
suas aflições, quando então, o mal que estaria consumindo aquele indivíduo
seria totalmente aniquilado, então, continuaria a VIVER.
Jesus
predizendo a respeito de sua morte, pois, quando do seu sacrifício em benefício
do mundo, estando ele também levantado e pendurado numa cruz de madeira, todo aquele que fixando
o olhar para o mesmo, e tendo FÉ no filho de Deus, acreditando que fora um ato
de redenção pelos pecados de toda humanidade, seria vivificado.
Vale salientar, o principal silogismo entre a
história: Jesus x Serpente Ardente, não
é o olhar x viver, mas, sim, o CRER x VIVER,
pois, se assim não fosse, todos nós, que obviamente não fixamos nossos olhos na
materialidade do corpo de Cristo, então pendurado na cruz, não seríamos
vivificados para a eternidade.
Dando continuidade ao diálogo entre Cristo e NICODEMOS,
onde Jesus dá resposta ao enigma da serpente abrasadora:
JOÃO 03: 16-18
16. Porque Deus amou o mundo
de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA, MAS TENHA A
VIDA ETERNA.
17. Porque DEUS ENVIOU O SEU FILHO AO MUNDO,
não para que condenasse o mundo, mas PARA QUE O MUNDO FOSSE SALVO POR ELE.
18. QUEM CRÊ NELE NÃO É CONDENADO; MAS QUEM NÃO CRÊ JÁ
ESTÁ CONDENADO, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
Jesus Cristo fora
enfático ao estabelecer 03 premissas:
a) Todo aquele que nele crê não
morrerá, terá vida eterna;
b) Que fora enviado para salvar
o mundo e não para condená-lo, e;
c) Quem crê no filho do homem
não seria condenado.
É de observar a total semelhança com a história da
serpente abrasadora no deserto, pois, assim como aqueles QUE SE NEGARAM A CRER NA SALVAÇÃO POR MEIO
DA SERPENTE METÁLICA PENDURADA E FORAM CONDENADOS E MORTOS,
dado a sua incredulidade, também será quanto ao filho do Altíssimo.
Depois disso, Cristo
apresenta a NICODEMOS
a PARÁBOLA DA LUZ DO MUNDO:
JOÃO 03: 19
19. E a condenação é esta: QUE A LUZ VEIO AO MUNDO,
e OS HOMENS AMARAM MAIS AS
TREVAS DO QUE A LUZ, porque as suas obras eram más.
O que seria a tal luz do mundo? Em outra
passagem bíblia Jesus foi mais taxativo ao afirmar que ele próprio era a luz do mundo, clareado a verdade, abrindo caminho e a dando vida:
JOÃO 08: 12
12. Falando novamente ao
povo, disse Jesus: “EU SOU
A LUZ DO MUNDO; AQUELE QUE ME SEGUE, NÃO ANDARÁ EM TREVAS, MAS TERÁ A
LUZ DA VIDA.”
JOÃO 09: 05
05. Durante o tempo em que
estiver no mundo, SOU A
LUZ DO MUNDO.”
Ocorre que, no diálogo com NICODEMOS, Cristo expressamente NÃO se auto intitulou ser o Messias,
não se intitula ser o salvador do mundo, nem o filho de Deus e muito menos ser
ele a luz do mundo! como já dito, falou tudo isto por meio de parábolas.
Já nos dois versos finais da conversa com NICODEMOS,
Cristo faz uma CRÍTICA PESSOAL E DIRETA
AO FARISEU, vejamos:
JOÃO 03: 20-21
20. PORQUE TODO AQUELE QUE
FAZ O MAL ODEIA A LUZ, e NÃO
VEM PARA A LUZ, PARA QUE AS SUAS OBRAS NÃO SEJAM REPROVADAS.
21. Mas QUEM PRATICA A VERDADE VEM PARA A LUZ, a fim
de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
Isto mesmo, Jesus chama atenção de NICODEMOS,
pois, o mesmo, ainda que sabedor que ele era vindo de Deus, continuava a andar nas trevas, odiando a
luz, permanecendo com as mesmas práticas farisaicas, inclusive participando
do mesmo grupo religioso que disseminava ódio, intolerância, irracionalidade,
combate as obras de Deus e perseguição a pessoa do Cristo.
Para agravar, Cristo é enfático ao dizer “NÃO VEM PARA A
LUZ”, tendo triplo sentido:
Primeiro, porque consta no início do capítulo de JOÃO 03 que NICODEMOS procurou Cristo a NOITE, ou seja, ocultamente, para que
os demais fariseus não presenciasse o mesmo tendo contato com o “inimigo”, o que
levaria o mesmo a suportar a reprovação do grupo, exclusão da seita, até mesmo
impedido de frequentar a sinagoga e o sinédrio;
Segundo, por quê NICODEMOS não seguia ao próprio
Cristo, já que Jesus é a luz do mundo, sendo um chamado para ser seu discípulo;
Terceiro, como NICODEMOS vivia nas trevas, fazendo
coisas erradas, odiando a “luz do mundo”
não praticando a justiça e a verdade, comprovava que suas obras não podiam ser
manifestas/publicas, eis que não tinha o amparo de Deus. Restando notório, que NICODEMOS
continuava ainda a andar nas trevas, porque não queria perder sua garantia de poder e influência social e, sem dúvida, alimentava
sua cupidez por riquezas. E mesmo
com a presença do Cristo em sua vida e diante de todo ensinamento passado,
ainda assim, ele não estava disposto a abrir mão de tudo para seguir o Cristo, para
andar na luz com a luz, nos braços de Deus, sem nada a temer.
O diálogo entre os dois findou em JOÃO 03: 21, porém, NICODEMOS
tem mais duas aparições diretas na Bíblia, vejamos agora a segunda aparição
dele, esta ocorre depois que Jesus Cristo fez a multiplicação dos peixes e pães
em Tiberíades na Galiléia, ver JOÃO 06:
01, tornando-se muito famoso por suas maravilhas, então decidindo ir para a
festa na Judeia, olha o que aconteceu:
JOÃO 07: 10-53
10. Mas, quando seus irmãos já tinham subido à festa, então subiu ele também, não manifestamente,
mas como em oculto.
37. E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé,
e clamou, dizendo: Se alguém tem sede,
venha a mim, e beba.
38. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.
39. E isto disse ele do
Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque O ESPÍRITO SANTO
AINDA NÃO FORA DADO, por ainda Jesus não ter sido glorificado.
40. Então muitos da multidão, ouvindo esta palavra, diziam: Verdadeiramente este é o Profeta.
41. Outros diziam: Este é
o Cristo; mas diziam outros: Vem,
pois, o Cristo da Galiléia?
42. Não diz a Escritura que o
Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia de onde era Davi?
43. Assim entre o povo
havia dissensão por causa dele.
44. E alguns deles queriam prendê-lo,
mas ninguém lançou mão dele.
45. E os servidores foram ter com OS
PRINCIPAIS DOS SACERDOTES E FARISEUS; e eles lhes perguntaram: Por que não o trouxestes?
46. Responderam os servidores: Nunca homem
algum falou assim como este homem.
47. Responderam-lhes, pois, os fariseus: Também vós fostes enganados?
48. CREU NELE PORVENTURA ALGUM DOS
PRINCIPAIS OU DOS FARISEUS?
49. MAS ESTA MULTIDÃO, QUE NÃO SABE
A LEI, É MALDITA.
50. NICODEMOS, QUE ERA UM DELES
(o que de noite fora ter com Jesus), disse-lhes:
51. Porventura condena a nossa lei
um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?
52. Responderam eles, e
disseram-lhe: És tu também
da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu.
53. E cada um foi para sua casa.
Esta passagem de JOÃO 07 deixa claro o clima beligerante instalado naquela época,
onde Cristo ensinava no templo e encantava a todos, até mesmos os servidores [guarda sacerdotal] do Sinédrio,
que estavam ali para prendê-lo, mas, quando ouviram Cristo falar, ficavam
maravilhados pela boa nova transmitida, os quais restaram incapazes de
cumprir a ordem, pois, a palavra foi tão cortante, viva e eficaz, que penetrou até
à divisão da alma e do espírito daqueles pobres homens, HEBREUS 4:12, que mal nenhum conseguiram praticar, por maior ordem
que tivessem recebido.
O relato acima é muito interessante porque
deixa claro que o grupo ao qual NICODEMOS fazia parte repudiava todo aquele que se declarasse a favor do Cristo, tanto é
que em JOÃO 07: 13 consta que mesmo
o povo maravilhado com Jesus: “todavia ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus”.
Ademais, quando os trabalhadores do sinédrio foram
falar com os principais dos sacerdotes e dos fariseu a respeito de Cristo, tais
estavam tão maravilhados que foram interpelados se haviam acreditado nas “enganações” que Cristo falava, ver JOÃO 07: 47.
Ainda, os principais dos sacerdotes e dos
fariseus questionaram os serviçais em tom arrogante, se por ventura alguns
deles haviam acreditado em Cristo, até porque eram eles supostamente os “sabedores da lei”, reputando-os que
jamais seriam ludibriados. Sem saber eles que alguns membros já haviam se rendido
a Jesus.
Os “principais
dos sacerdotes e fariseus” ainda condenaram
a multidão que falava a favor de Cristo, chamando-os de MALDITOS,
aos olhos deles, era a multidão ignorantes a respeito dos comandos da lei
mosaica.
Contudo,
NICODEMOS assistia todo diálogo entre os “principais” e os guardas do sinédrio,
então pediu a palavra e TENTOU interceder por Jesus, alegando “Porventura
condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que
faz?”, evocando por extensão o quanto presente em DEUTERONÔMIO 19: 15, ou seja, solicitou
que fosse concedido a Cristo o direito
de defesa e do contraditório, para que houvesse uma condenação/juízo justo,
um princípio basilar em qualquer Instituição de Direito.
Entretanto,
fora NICODEMOS imediatamente persuadido pelo
Supremo Tribunal dos Judeus, quando bradaram: “És tu também da Galiléia? Examina, e verás
que da Galiléia nenhum profeta surgiu”. Ou seja, primeiro
perguntaram de logo se NICODEMOS, ocupante de um cargo de altíssima
projeção religiosa e política, tinha vindo da Galiléia, ainda, desafiaram-no para
que ele mostrasse nas escrituras se havia na história um único profeta vindo de
tal local. Depois disso, NICODEMOS se calou, mas, poderia ter aberto o
livro do profeta Isaias, o anunciador do Messias, que assim dispõe:
ISAÍAS 09: 01
01. Mas a terra, que foi
angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra
de Zebulom, e a terra de Naftali; MAS
NOS ÚLTIMOS TEMPOS A ENOBRECEU JUNTO AO CAMINHO DO MAR, ALÉM DO JORDÃO, NA GALILÉIA DAS NAÇÕES.
Vale uma pausa para destacar, é muito
gratificante ver que toda história de Jesus é cercado de preconceito, em razão
de sua origem, Nazaré da Galileia, ver MATEUS
02: 22-23, o que causava enorme receio a seu respeito, pois, achavam que os
moradores da Galileia eram execrandos, de pouca cultura, status social
irrelevante, pouca religiosidade, ver o preconceito presente em JOÃO 01: 46 e JOÃO 07: 41, mas, Jesus
veio justamente para devastar este misticismo ardil.
Em resumo, vemos que NICODEMOS foi massacrado quando tentou ajudar Jesus, o que comprova a
enorme pressão que tinha sobre ele. Imagino a imensurável coação que seria se
ele tivesse tido a coragem de se declarar discípulo do Cristo, audácia esta, totalmente
esperada depois de um diálogo encalmado face a face com o Messias, mas, como já
dito, a covardia, a ganância e o poder falaram mais alto naquele
momento.
Cristo dizia que se alguém quisesse vir após ele,
teria que RENUNCIAR A SI MESMO, teria
que tomar sobre si a sua cruz, e segui-lo, porque aquele que quisesse salvar a
sua vida, perderia, e quem perdesse a vida por amor a ele, acharia. Além do
mais, indagava acerca do que aproveitaria ao homem ganhar o mundo inteiro, se
perdesse a sua alma, ver MATEUS 16:
24-26.
O último registro direto nas escrituras a
respeito de NICODEMOS
relata:
JOÃO 19: 38-42
38. Depois disto, JOSÉ DE
ARIMATÉIA (o que era discípulo de
Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos
lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus.
39. E FOI TAMBÉM NICODEMOS
(aquele que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), LEVANDO QUASE CEM
ARRÁTEIS DE UM COMPOSTO DE MIRRA E ALOÉS.
40. Tomaram, pois, o
corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus
costumam fazer, na preparação para o
sepulcro.
41. E havia um horto
naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um SEPULCRO NOVO, em que ainda
ninguém havia sido posto.
42. Ali, pois (por causa
da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a
Jesus.
Na passagem acima, imediatamente após Jesus
morrer na cruz, um de seus discípulos
ocultos, chamado JOSÉ DE ARIMATÉIA, homem rico e de grande posição social,
usando do seu tráfico de influência, foi até Pôncio Pilatos, e solicitou que
permitisse a retirada do corpo de Jesus para o sepultar, tendo sido deferido.
Tal fato cumpria a profecia presente no livro de Isaías, quando indica que o
Messias estaria “com o rico na sua morte”, ver ISAÍAS 53: 09.
Por sua vez, NICODEMOS vendo a coragem de
José de Arimatéia, deixou sua covardia de lado e decidiu se juntar a ele,
fazendo jus ao significado de seu nome “vitorioso”,
declarando publicamente sua fé no cordeiro do Senhor. Na ocasião, levou
especiarias “quase cem arráteis de um
composto de MIRRA e aloés”, para preparar o corpo de Cristo para o
sepultamento.
Lembrando que a MIRRA foi um dos presentes ofertados pelos magos do oriente quando da
visitação à Jesus quando criança, ver MATEUS 02: 11, simbolizando o momento
da morte sublime do Rei da Humanidade, bem como, comprovando que o seu corpo
era santo e tinha que ser banhado com uma das mais briosas das especiarias,
pois, era ele o pão da vida.
Chama atenção, Cristo teve o corpo ungido para
a sua sepultura por Maria de Betânia, irmã de Marta, ver JOÃO 12: 07, ou seja, na VIDA para a MORTE. Já NICODEMOS,
ungiu Jesus na
MORTE para a VIDA [ressureição],
ver JOÃO 19: 39.
O
incrível é que NICODEMOS somente tomou
coragem para adorar publicamente o Cristo depois de sua MORTE, todavia, não teve o mesmo entusiasmo para exaltá-lo na
luz quando em vida.
Observemos a evolução de NICODEMOS retratada nas 03
citações expressas do seu nome na Bíblia, todas presentes no livro de JOÃO nos capítulos 03, 07 e 19:
Na primeira passagem bíblica: ele se portou totalmente imparcial,
se preocupando apenas em conhecer Jesus Cristo, ficando maravilhado com a boa
nova;
Na segunda passagem bíblica: ele já esboça uma
postura mais tendenciosa ao amor de Cristo, inclusive, tenta defendê-lo, mas,
os seus pares imediatamente lhe inibiram;
Na terceira passagem bíblica: ele declara todo o
seu amor reprimido pelo maior homem que a humanidade já conheceu.
Podemos dizer que NICODEMOS encarnou o que Paulo de Tarso ensinou em GÁLATAS 02: 16, quando diz que o homem não é justificado pelas
obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, e é na crença em Jesus Cristo, que
seremos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto
pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Prontamente, o fariseu fora
justificado, enfim, encarnando a fé.
De outra sorte, este escritor acredita que NICODEMOS
apareceu em mais três eventos na Bíblia,
todavia, não posso afirmar com veemência, pois, a bíblia não o nomina, e quando
isto acontece, este escritor segue com exatidão a premissa ditada por Martin Lutero:
“o que as escrituras NÃO afirmam com
clareza, NÃO devemos afirmar com certeza”, ainda assim, vale a reflexão:
Vejamos a primeira deles, onde acredito que NICODEMOS
tenha participado:
LUCAS 13:31-33
31. Naquele mesmo dia
chegaram UNS FARISEUS,
dizendo-lhe: SAI, E
RETIRA-TE DAQUI, PORQUE HERODES QUER MATAR-TE.
32. E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje
e amanhã, e no terceiro dia sou consumado.
33. Importa, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte,
para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém.
Depois que a fama de Cristo se espalhou por
toda região, então o Rei Herodes, ficou com receio do movimento religioso se
tornar uma revolução política, até porque Cristo tinha uma multidão de
seguidores, ver MATEUS 08: 01 e LUCAS 19: 37, então o monarca tramou a
morte do messias, contudo, Jesus fora alertado que estava correndo perigo de morte
através de ALGUNS FARISEUS que o amavam em
oculto. Sucede que, já temos a identidade de um desses fariseus,
justamente, NICODEMOS. Nesse passo,
acredito que tal homem era um daqueles que ajudou preservar a vida de Jesus
Cristo.
Outra passagem bíblica que este escritor
elucubra ter NICODEMOS
participado, resta presente no livro de Atos dos apóstolos, notemos:
ATOS 15: 01 e 05
01. Então alguns que tinham
descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme
o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.
05. ALGUNS, PORÉM, DA SEITA DOS FARISEUS,
QUE TINHAM CRIDO, SE LEVANTARAM, DIZENDO QUE ERA MISTER CIRCUNCIDÁ-LOS E MANDAR-LHES QUE
GUARDASSEM A LEI DE MOISÉS.
A Bíblia novamente usa a expressão “ALGUNS FARISEUS”,
apontando que após a morte do Cristo,
tais fariseus, passaram a não mais integrar o Sinédrio, ou seja, abandonaram a
seita, e ajudaram a disseminar o nome de
Cristo Jesus e a instituir a “Igreja”. Ocorre que, tais fariseus exigiram dos gentios [que significa todo povo não judeu]
convertidos que fossem submetidos a circuncisão, sob pena de não serem salvos,
atendendo ao que determinava a lei de Moises, a chamada aliança da carne, ver GÊNESIS 17: 10. Nesse passo, este escritor “acredita” [não afirma] que NICODEMOS
fez parte deste grupo dissidente.
Chama atenção, em razão da exigência esdrúxula
de circuncisão dos gentios, os apóstolos
Paulo de Tarso e Barnabé subiram para
Jerusalém e convocaram uma assembleia com os demais apóstolos, juntamente com
os anciãos, ver ATOS 15: 02 e 06,
tendo havido um julgamento favorável a não exigência da circuncisão, inclusive
foi escrito uma sentença para sedimentar o que fora decidido e enviaram para as
Igrejas já constituídas, ver ATOS 15:
22-23.
A última passagem que acredito que NICODEMOS
tenha participado, é totalmente reprovável. A figura deste fariseu mostra-se um
tanto ambígua, pois, ora amava
Cristo, ora compactuava com as trevas, digo isto porque, depois da prisão de Jesus, ele foi submetido ao Sinédrio, formado
por todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos e os escribas, vejamos os
fatos:
Marcos 14: 46, 53 e 55
46. E lançaram-lhe as mãos, e o prenderam.
53. E levaram Jesus ao
sumo sacerdote, e AJUNTARAM-SE TODOS OS PRINCIPAIS
DOS SACERDOTES, E OS ANCIÃOS E OS ESCRIBAS.
55. E os principais dos sacerdotes e
TODO O SINÉDRIO BUSCAVAM ALGUM TESTEMUNHO CONTRA JESUS, PARA O
MATAR, E NÃO O ACHAVAM.
Em JOÃO
03: 01 indica que NICODEMOS era membro do Sinédrio, por sua vez,
o evangelho acima foi claríssimo ao informar que TODOS
OS MEMBROS DO SINÉDRIO, obviamente, incluindo NICODEMOS,
buscaram algo para incriminar Jesus e nada acharam. Possa ser que ele não tenha
levantado voz contra Cristo, mas, o velho ditado diz: QUEM CALA, CONSENTE!
De outro lado, como o Sinédrio NÃO tinha
autoridade para determinar a morte de qualquer pessoa, eis que a lei [societária, estadista, de controle social]
que imperava naquele momento não era a de Moisés, mas, sim, a dos Romanos, ver JOÃO 18: 31. Desta maneira, após todo o
Sinédrio humilhar Cristo, o levaram para Pôncio Pilatos, o Governador da
província romana da Judeia, alegando levianamente que Jesus teria dito que iria
destruir o templo [físico] em 03
dias, ver em MATEUS 26: 61 e JOÃO 02: 19, acusaram-no de blasfêmia,
ver MATEUS 26: 65 e LEVÍTICO 24: 14 [passível de pena morte somente na Lei de Moisés, mas não na romana],
bem como, que ele se auto proclamava “Rei
dos Judeus” e atiçava multidões, ver JOÃO
18: 33-35, esta última acusação era a gravíssima, pois,
supostamente haveria uma tentativa de levante revolucionário contra o Estado
Romano, consequentemente, ameaçava o governo do Imperador Tibério, logo,
Pilatos tinha que aplicar a lei romana que determinava a pena de morte por
crucificação. Mas, Pilatos não encontrou provas, ver LUCAS 14-16, 20, 22-23, inclusive se negou a aplicar pena,
reconhecendo a inocência de Jesus, contudo, fora persuadido sob forte pressão
popular para condená-lo, cumprindo o prenúncio dito pelo próprio Jesus, ver MATEUS 20: 19.
Destaca-se, a Bíblia NÃO excepciona a participação de qualquer membro do Sinédrio,
pelo contrário, enfatiza que o quadro estava completo. Portanto, mesmo NICODEMOS
sendo um admirador em oculto de Cristo, após
receber a reprimenda dos seus, ver JOÃO 07: 52, não teve coragem de
enfrentar novamente os seus colegas de Tribunal para defender um inocente, um
homem imaculado, um homem que ele mesmo reconheceu como “vindo de deus”.
Num breve resumo, a pessoa de NICODEMOS
é bem definida na seguinte passagem bíblica:
JOÃO 12: 42-43
42. Apesar de tudo, ATÉ MUITOS DOS PRINCIPAIS
CRERAM NELE; mas não o confessavam por causa dos fariseus, PARA NÃO SEREM EXPULSOS DA SINAGOGA.
43. PORQUE AMAVAM MAIS A GLÓRIA DOS
HOMENS DO QUE A GLÓRIA DE DEUS.
A própria Bíblia aponta que MUITOS dos membros
do Sinédrio creram em Jesus Cristo em oculto, mas, tinham medo de se revelar na
luz, pois, não queriam serem expulsos da organização, nem serem impedidos de acessar
as Sinagogas, local onde passaram a vida toda frequentando. Assim, eles AMAVAM MAIS A
GLÓRIA DOS HOMENS DO QUE A GLÓRIA DE DEUS.
Diante de tudo o que foi exposto, concluímos
que devemos sempre estar a favor da LUZ
DO MUNDO, para que ele clareie nossos passos, sendo ele o caminho, a verdade
e a vida! Ao certo, temos que nos ultimarmos sempre, averiguando se estamos
andando na LUZ ou nas TREVAS e, utilizando o ensinamento presente no livro
de EFÉSIOS 05, onde aponta para termos
consciência de que antes podemos ser treva, mas, a partir do momento em que
passo a conhecer a verdade, automaticamente resulta numa libertação mental,
pessoal, espiritual e comportamental, consequentemente, tornamo-nos luz no
Senhor, carecendo de andar como filhos da luz, não mais como néscios, mas, sim,
como sábios.
A história explorada por este artigo nos ensina
que sempre devemos buscar incessantemente
as respostas para as nossas dúvidas religiosas, tal como fez NICODEMOS,
pois, ouvindo ele falar sobre Cristo, decidiu averiguar pessoalmente a respeito
daquele homem que fazia maravilhas em nome de Deus, quando então se permitiu a ter
uma experiência inesquecível, tão grandiosa, a ponto de ser imortalizado nas
escrituras sagradas.
De outro ponto, podemos extrair que não devemos de forma alguma dar mais valor à
GLÓRIA DOS HOMENS em detrimento da GLÓRIA DE DEUS, pois, o Senhor Jeová
Deus é o nosso porto seguro e nos traz um acalanto eterno, enquanto que a
glória dos homens é passageira e finita, trazendo tão-somente uma satisfação vazia
e momentânea.
A história de NICODEMOS nos mostra que devemos
ter muito cuidado com nossas relações
humanas, haja vista que podem nos influenciar de modo prejudicial, inclusive,
podendo resultar no afastamento de Deus.
Aprendemos também, que devemos dar valor a pessoa enquanto ela vive, nos
possibilitando experimentarmos vivências extraordinárias, posto que o evento
morte nos subtrai o gozo, a felicidade e o direito de usufruir o que o outro
pode nos proporcionar; no que pese o Cristo estar vivo até hoje, contudo,
percebemos pela história de NICODEMOS que em razão da sua ganância por
dinheiro e poder, o impediu de ter presenciado coisas maravilhosas, caminhar ao
lado de Jesus, ser um discípulo, alcançar a graça e a salvação; ele só se
libertou das suas amarras da carne e renunciou ao deleite do poder depois que
viu o cadáver de Cristo. Portanto, não
podemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje! o arrependimento pode ser
doloroso, e o tempo não volta atrás.
De mais a mais, removemos da história explorada
que a vida muitas vezes nos oferecerá
opções, sendo que nossas escolhas trarão consequências muitas vezes
irremediáveis, logo, devemos pedir direção ao Senhor Jeová Deus e ter muita fé
no nosso caminhar, porquanto, o viver
nada mais é que do que suportar a dor e a delícia dos resultados das nossas
escolhas.
Aprendemos que jamais podemos nos ocultar quando o assunto é Nosso Senhor Cristo Jesus,
a valentia é uma necessidade, e o querer deve resumir-se num coração
quebrantado suplicando por redenção e fé, possibilitando
a defesa da verdade, a busca da justiça e o exalte da paz.
E o ensinamento mais importante de todos é que não devemos seguir nossas vidas preocupados
com o que o os outros irão pensar sobre nós. Temos que adotar a postura que
melhor nos faça feliz, independentemente de agradar terceiro. Jamais podemos ter
vergonha ou inibição para declarar o nosso amor por Jesus Cristo Nosso Senhor,
muito menos ao Senhor Jeová Deus, tais, são a verdade deste mundo.
Em resumo, a mensagem crucial passada a NICODEMOS
deve ser seguida por toda humanidade: TENHA FÉ E CREIA EM CRITO JESUS COMO SEU ÚNICO SALVADOR E
VIVA ETERNAMENTE!
Finalizo “A noite é
passada, e o dia é chegado; dispamo-nos, pois, das obras das trevas, e
vistamo-nos das armas da luz” ROMANOS 13: 12.
Graça e paz a todos os amigos leitores!
Camaçari/BA, 26 de Março de
2018.
ASS:
Cleiton
Marcio Santos Souza
Advogado,
escritor, poeta, bacharelando em teologia e adorador de Cristo Jesus Nosso
Senhor!
Meu contato para
sugestões, críticas e esclarecimentos: 71 98173-6176 / 71 99306-3557 [whatsapp’s]
E-mail: cleitonsouza.advogado@gmail.com
SEGUE ABAIXO O VÍDEO DE APRESENTAÇÃO DA ANÁLISE DO TEXTO SAGRADO:
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