QUEM PODERÁ, POIS, SALVAR-SE? O QUE É IMPOSSÍVEL AOS OLHOS DO HOMEM E POSSÍVEL PARA DEUS – CUIDADO COM O SEU JULGAMENTO: UM PARALELO ENTRE AS PARÁBOLAS: DO FARISEU E O PUBLICANO E A DO SAMARITANO.

ANÁLISE BÍBLICA: PARTE V

QUEM PODERÁ, POIS, SALVAR-SE? O QUE É IMPOSSÍVEL AOS OLHOS DO HOMEM E POSSÍVEL PARA DEUS – CUIDADO COM O SEU JULGAMENTO: UM PARALELO ENTRE AS PARÁBOLAS: DO FARISEU E O PUBLICANO E A DO SAMARITANO.

Indica a Bíblia que o Cristo ensinava por meio de parábolas, explicava que aqueles que tivessem fé e seguissem os preceitos divinos, as palavras acerca dos mistérios do reino de Deus seriam facilmente entendíveis, mas, aqueles que estivessem afastados da palavra, todos os ensinamentos seriam passados por meio de parábolas, vejamos:

MARCOS 4: 11-12

11 E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, MAS AOS QUE ESTÃO DE FORA TODAS ESTAS COISAS SE DIZEM POR PARÁBOLAS,

12 Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam PERDOADOS OS PECADOS.

MARCOS 4: 33-34

33 E com MUITAS PARÁBOLAS tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender.

34 E SEM PARÁBOLAS NUNCA LHES FALAVA; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos.

Parábola quer dizer comparação, analogia, discurso alegórico, movimento paralelo, é uma narração alegórica que envolve algum preceito de moral, alguma verdade importante, normalmente a uma comparação desenvolvida em uma história curta, cujos elementos são eventos e fatos da vida cotidiana e na qual se ilustra uma verdade moral ou espiritual. Cristo usava muito em suas pregações, por meio de histórias curtas, de conteúdo simbólico, tendo como objetivo transmitir ensinamento.

O ensinamento do Nazareno por meio de parábolas, já era profético, eis que o profeta Isaías já dizia:

ISAÍAS 6: 9

9 Ele me respondeu: “Vai e dize a este povo: Podeis ouvir constantemente, mas não haveis de compreender; podeis ver e continuar a ver sempre, contudo jamais percebereis! [...]


ISAÍAS 44:18

18 Eles nada sabem nem entendem, porque os seus olhos são incapazes de ver e os seus corações não conseguem compreender.

Ou seja, a profecia de Isaías se cumpriu, inclusive, ver confirmação prevista em Mateus 13: 14-15.

Mesmo o Nazareno utilizando de parábolas, ele sempre utilizava daquelas que podiam ser compreendidas, permitindo a avaliação do ensinamento, possibilitando ao destinatário compreender a sua missão.

Ocorre que, utilizando de uma das PARÁBOLAS DE CRISTO, A DO FARISEU E O PUBLICANO, para quem não conhece a história, FARISEU, era aquele membro de grupo religioso judaico, que vivia na estrita observância das escrituras religiosas, seguindo de maneira formalista e rigorosa a religião, ou seja, eram judeus respeitado pelo seu povo devido à alta demonstração de RELIGIOSIDADE. Do outro lado, tínhamos o PUBLICANO, que também eram judeus, contudo, tais recebiam designação do Imperador de Roma para cobrar impostos do seu próprio povo, sendo muito comum os publicanos cobrar valores além do devido, assim, acumulavam riquezas em desfavor dos menos abastados, por tal motivo, eram desprezados e hostilizados pelo povo judeu, sempre taxados como pecadores/traidores. Assim dizia Cristo a respeito da história desses 02 homens que estavam a caminho do templo para orar:
LUCAS 18: 10-12

10 DOIS HOMENS subiram ao templo, para orar; um, FARISEU, e o outro, PUBLICANO.
11 O fariseu, estando em pé, ORAVA CONSIGO desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque NÃO SOU COMO OS DEMAIS HOMENS, roubadores, injustos e adúlteros; NEM AINDA COMO ESTE PUBLICANO.

12 Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.

Em seguida, Cristo passou a descrever acerca da conduta do outro homem, o PUBLICANO:

LUCAS 18: 13-14

13 O PUBLICANO, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó DEUS, TEM MISERICÓRDIA DE MIM, PECADOR!

14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque QUALQUER QUE A SI MESMO SE EXALTA SERÁ HUMILHADO, E QUALQUER QUE A SI MESMO SE HUMILHA SERÁ EXALTADO.

A intenção primordial desta parábola é trazer à tona aquelas pessoas que CONFIAM EM SI MESMOS, CRENDO QUE SÃO JUSTAS e, equivocadamente, DESPREZAVAM OS OUTROS, ver passagem presente em LUCAS 18: 9.

Jesus ensina que aquele homem respeitado, religioso, devido a sua arrogância, prepotência e vaidade, passa a CLAMAR E EXALTAR EM SEU ÍNTIMO AS SUAS PRÓPRIAS QUALIDADES, pois, era cumpridor dos dogmas religiosos judaico, dizimista e etc. Conta ainda, que o FARISEU, em seu estado de estase, orando para si e não para DEUS, comparava sua conduta com os demais homens e, se colocando em posição de superioridade, a primeiro momento discrimina os infratores da lei, em seguida, compara suas qualidades com o homem que caminhava próximo, um PECADOR, no caso em questão, o PUBLICANO.

Percebe-se na narrativa o total DESPREZO AO PRÓXIMO, O JULGAMENTO A TERCEIRO E A AUTO EXALTAÇÃO, três grandes equívocos, inclusive, comumente visto na sociedade moderna, onde pessoas religiosas acham que tem o direito e a autoridade de se colocar acima do bem e do mal, paladinos da verdade, detentores da salvação, e acabam por insistentemente julgando o próximo.

Jesus ensinou que um homem religioso até mesmo num momento de oração, falhara de modo reprovável, enquanto que o homem que caminhava ao seu lado, então julgado pelo “religioso” como “pecador”, em seu íntimo, desprovido de qualquer exaltação, humilhando-se perante a autoridade de DEUS, de logo, pede perdão pelos pecados cometidos, sendo ele exaltado aos olhos divinos, pois, o publicano reconhecendo sua condição de ser humano, passível de erros como qualquer outro, de logo, se humilha e pede misericórdia.

Pergunta-se, quem teria salvação neste caso? O religioso ou o pecador? O exaltado ou o humilhado?

O ensinamento de Cristo nos faz refletir que devemos ter cuidado com o nosso proceder dia após dia, nos forçando a repelir qualquer tipo de julgamento ao próximo, seja quem for, independente da religião, crença, opção sexual, ato infracional cometido, doutrinas ou práticas religiosas adotada e etc, pelo contrário, devemos resguardar o sentimento de misericórdia e respeito ao próximo, até porque não passamos de meros pecadores, cada um carregando sua cruz.

Ao certo, o julgamento pertence somente a DEUS, não cabendo a qualquer de nós nos atrever a tomar esse papel. Como se não bastasse, o Nazareno ensina de forma catedrática e dura a respeito, justamente para que não haja pretextos:

MATEUS 7:1-5

1 NÃO JULGUEIS, PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS.

2 PORQUE COM O JUÍZO COM QUE JULGARDES SEREIS JULGADOS, E COM A MEDIDA COM QUE TIVERDES MEDIDO VOS HÃO DE MEDIR A VÓS.

3 E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?

4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5 HIPÓCRITA, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Nesse interim, a temática "NÃO JULGUEIS, PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS", volta a ser ensinado, porém, com uma adição de mandamento, a saber:  para que o homem NÃO condene para que TAMBÉM não seja condenado, sendo uma exigência retributiva:

LUCAS: 6: 37.

37 Não julgueis e não sereis julgados; NÃO CONDENEIS E NÃO SEREIS CONDENADOS; perdoai e sereis perdoados

Por isso, o julgamento pertence a Deus e não a nós, porque só Deus conhece a fundo o coração do homem/próximo.

Acerca do julgamento do próximo, outra parábola contada por Cristo é muito fascinante, a do SAMARITANO, e não do BOM samaritano conforme se propaga, primeiro porque, a bíblia assim não o designa, segundo porque, o adjetivo “bom” almeja retratar que os samaritanos era um povo ruim, mas, que somente aquele individuo da parábola era uma exceção, recaindo justamente em um erro de julgamento.

A bíblia em Lucas 10:25-29 e seguintes conta que se levantou um certo doutor da lei e perguntou ao Cristo como ele faria para herdar a vida eterna e QUEM SERIA O SEU PRÓXIMO que ele DEVERIA AMAR COMO A SI MESMO, então Jesus lhe respondeu através do apólogo do Samaritano, e inteligentemente discorreu:

LUCAS 10: 30-35

30 E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o DESPOJARAM, e ESPANCANDO-O, se retiraram, deixando-o MEIO MORTO.

31 E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo SACERDOTE; e, vendo-o, passou de largo.

32 E de igual modo também um LEVITA, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.

33 Mas um SAMARITANO, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, MOVEU-SE DE ÍNTIMA COMPAIXÃO;

34 E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e CUIDOU DELE;

35 E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: CUIDA DELE; e tudo o que de mais gastares EU TE PAGAREI QUANDO VOLTAR.

Para concluir, o Cristo retornou com uma pergunta ao doutor da lei:

LUCAS 10:36-37

36 Qual, pois, DESTES TRÊS TE PARECE QUE FOI O PRÓXIMO DAQUELE QUE CAIU NAS MÃOS DOS SALTEADORES?

37 E ele disse: O QUE USOU DE MISERICÓRDIA PARA COM ELE. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.

Ouso perguntar novamente: DA PARÁBOLA ACIMA, QUEM SERIA SALVO? Os dois religiosos, o sacerdote [líder religioso], o  levita [assistente do líder religioso] ou o samaritano, pessoa que aos olhos dos religiosos da época era um homem pecador, um idolatra, adorador de outros deuses, um homem odiado pela comunidade judaica?

Cristo quis transmitir a mensagem de que devemos ter cuidado com os julgamentos, eis que pessoas supostamente impuras, pecadoras, transgressoras dos princípio e valores divinos, não podem ser julgadas por nós, devemos exercer a sapiência, porque tais pessoas, mesmo sendo ditas “repreensivas”, pode ser O SEU PRÓXIMO, dado o seu coração que só DEUS conhece.

Então como JULGAR O PRÓXIMO?, como imaginar e permitir a comumente e desprezível discriminação religiosa, assistir o desrespeito daqueles que simplesmente por não estarem seguindo um dogma, serem tachados de indignos e pecadores, como pensar assim, se o próprio Cristo ensina que um pecador fora misericordioso consigo mesmo e se humilhou perante Deus e o outro pecador demonstrou misericórdia em ajudar o próximo, demonstrando ter um coração gigantesco muito além daquelas pessoas ditas religiosas.

O que garante se quando eu estiver julgando não estejamos na condição equiparada ao FARISEU, ao SACERDOTE ou ao LEVITA? E o meu próximo não poderia estar ele na condição de PUBLICANO ou do SAMARITANO? Não temos como saber, o melhor é NÃO JULGAR.

Devemos olhar para a nossa vida e deixar a vida do próximo, para que o mesmo se estiver errando, acerte as contas com DEUS, jamais, termos uma imagem/opinião pré-concebida do outro, pautada unicamente na religiosidade, tal situação se agrava quando já possuímos a doutrina do Cristo, situação que exige maior responsabilidade de nós.

E para corroborar quanto a tese do não julgamento, o Cristo quando perguntado pelos discípulos acerca de QUEM PODERÁ SALVAR-SE e ter a vida eterna no reino de DEUS, mais uma vez de forma exímia, ensina:

MATEUS 19:25-26

25 Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: QUEM PODERÁ POIS SALVAR-SE?

26 E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: AOS HOMENS É ISSO IMPOSSÍVEL, MAS A DEUS TUDO É POSSÍVEL.

Se Jesus informa que pode alguém se salvar quando nós reputamos IMPOSSÍVEL, pois, para DEUS tudo é possível! Então como ousar julgar fulano ou beltrano em razão dos seus hábitos pessoais e sociais.

Por fim, diante das parábolas e das palavras sagradas, a mensagem primordial é: respeitar o próximo como a si mesmo; não cometer a HIPOCRISIA de fazer julgamento nem condenações, pois na mesma medida que fizermos, também farão conosco; podemos até ter nossa crença de justiça, entretanto, não podemos desprezar o próximo por não estar ele fazendo o mesmo que nós; não devemos exaltar nossas qualidades, pois não somos perfeitos e nem superiores a ninguém, mas, devemos nos humilhar em nome de DEUS, pois, todos somos pecadores e dignos de misericórdia.

Não esquecendo que devemos ter a sabedoria de nos avaliarmos diariamente, notadamente, se não temos uma trave em nossos olhos para ser retirada, ante a necessidade humana de constante evolução e autocrítica.

Camaçari/BA, 13 de Outubro de 2017.


ASS: Cleiton Marcio Santos Souza
Advogado, escritor, poeta, bacharelando em teologia e adorador de Cristo Jesus Nosso Senhor!
Meu contato para sugestões, críticas e esclarecimentos: 71 98173-6176 / 71 99306-3557 [whatsapp’s]
E-mail: cleitonsouza.advogado@gmail.com


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