O GRITO DOS 300: "PELO SENHOR E POR GIDEÃO" – A HISTÓRIA DE UM CAMPONÊS COVARDE QUE FOI TRANSFORMADO NUM LÍDER VALENTE!
ANÁLISE BÍBLICA: PARTE IX
O GRITO DOS 300: "PELO SENHOR E POR GIDEÃO" – A HISTÓRIA DE UM CAMPONÊS COVARDE QUE FOI TRANSFORMADO NUM LÍDER VALENTE!
O GRITO DOS 300: "PELO SENHOR E POR GIDEÃO" – A HISTÓRIA DE UM CAMPONÊS COVARDE QUE FOI TRANSFORMADO NUM LÍDER VALENTE!
Nesta oportunidade vou abordar a história mais
fascinante presente no Velho Testamento, não sabendo explicar o porquê não escrevi
antes sobre o tema, pois, a temática tanto me motiva e ensina que já fiz inúmeras
e incansáveis leituras acerca da mesma passagem bíblica. Abordarei sobre o libertador/juiz
chamado GIDEÃO, tal personagem me engrandece demais, e ao mesmo
tempo causa tristeza em razão do desfecho final da história. Podendo afirmar
que Gideão foi a minha maior decepção no Velho Testamento, ainda
assim, depois da história de Jesus Cristo é a história dele que mais me
encanta, notemos o quanto retratado nas escrituras:
Conta a Bíblia que após a morte do líder Josué,
bem como, dos anciãos responsáveis pelas 12 tribos israelitas, gerações e
gerações se passaram, com isso, a nova
população já não havia presenciado as maravilhas orquestradas por Deus, muito
menos as obras que ele fizera em prol de Israel. Somado a tal fato, quando
houve a conquista da terra prometida, em DEUTERONÔMIO 7:1-2 e 20:16-18, foi dada ordem
quanto ao extermínio de todos os povos subjugados na guerra, porém, não foi
atendido, resultando em miscigenação entre os povos, levando os Israelitas a
cometerem a idolatria.
JUÍZES
02: 07-19
7. O
POVO SERVIU AO SENHOR TODOS OS DIAS DE JOSUÉ, e todos os dias dos anciãos que
sobreviveram a Josué e que tinham visto toda aquela grande obra do Senhor,
a qual ele fizera a favor de Israel.
10. 0 foi também congregada toda aquela
geração a seus pais, e após ela
levantou-se outra geração que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que
ele fizera a Israel.
11. Então os filhos de Israel fizeram o que
era mau aos olhos do Senhor, servindo aos baalins;
14. Pelo que a ira do Senhor se acendeu
contra Israel, e ele os entregou na mão
dos espoliadores, que os despojaram; e os vendeu na mão dos seus inimigos ao
redor, de modo que não puderam mais resistir diante deles.
16. Mas O
SENHOR SUSCITOU JUÍZES, que os livraram da mão dos que os espojavam.
18. Quando o Senhor lhes suscitava juízes,
ele era com o juiz, e os livrava da mão
dos seus inimigos todos os dias daquele juiz; porquanto o Senhor se
compadecia deles em razão do seu gemido por causa dos que os oprimiam e
afligiam.
19. Mas
depois da morte do juiz, reincidiam e se corrompiam mais do que seus pais,
andando após outros deuses, servindo-os e adorando-os; não abandonavam nenhuma
das suas práticas, nem a sua obstinação.
Aduz a Bíblia que Josué não deixou sucessor, logo, o povo israelita ficou sem
referência quanto a liderança, assim, nos
momentos de instabilidade, o povo murmurava e orava para Deus, quando então era
levantado um JUIZ, diga-se, UM LÍDER ESCOLHIDO DENTRE O POVO ISRAELITA, COM O
FITO DE SALVAR O POVO DA ANGUSTIA. Nesse passo, depois da morte de Josué,
julgaram em Israel: Otniel, Eúde, Sangar, Débora e Baraque, após a morte destes
últimos juízes, os israelitas voltaram a idolatria, por tal razão, Deus os
entregou nas mãos dos midianitas, vejamos:
JUÍZES 06:
01-07
1. Mas os filhos de Israel fizeram o que era
mau aos olhos do Senhor, e o Senhor os
entregou na mão de Midiã por SETE ANOS.
2. Prevalecia,
pois, a mão de Midiã sobre Israel e, por causa de Midiã, fizeram os filhos
de Israel para si esconderijos que estão
nos montes, as cavernas e as fortalezas.
3. Porque sucedia que, havendo Israel semeado, subiam contra ele os midianitas, os amalequitas
e os filhos do oriente;
4. e, acampando-se contra ele, destruíam o produto da terra até
chegarem a Gaza, e NÃO DEIXAVAM MANTIMENTO EM
ISRAEL, NEM OVELHAS, NEM BOIS, NEM JUMENTOS.
5. Porque subiam com os seus rebanhos e
tendas; VINHAM EM MULTIDÃO, COMO
GAFANHOTOS; tanto eles como os seus camelos eram inumeráveis; E ENTRAVAM NA TERRA, PARA A DESTRUIR.
6. ASSIM
ISRAEL SE ENFRAQUECEU MUITO por causa dos midianitas; então os filhos de
Israel clamaram ao Senhor.
7. E sucedeu que, clamando eles ao Senhor por
causa dos midianitas,
É de se ver que os midianitas diferentemente
dos 02 últimos reis/povos que massacraram Israel, a saber: Cusã-Risataim, rei
da Mesopotâmia, oprimiu Israel por 08 anos, ver JUÍZES 3: 08-09 e Jabim, rei de
Canaã, oprimiu por 20 anos, JUÍZES 4: 02, ambos apenas escravizavam o povo israelita, enquanto que os MIDIANITAS
QUE PRETENDIAM EXTERMINAR, pois, além de matar o povo, assim que Israel semeava na
temporada, os inimigos subiam e destruíam toda plantação, levavam os animais e
suprimentos, situação que segundo a Bíblia, enfraqueceu sobremaneira
os israelitas, forçando-os a clamar pela intervenção divina.
Conta a Bíblia que os israelitas estavam tão
desesperados e enfraquecidos que tinham que fugir para esconderijos feitos em cavernas
e montanhas, deixando tudo para traz, casa, animais, plantações,
colheitas e etc.
Após este introito, iniciamos a grande história
que eu tanto gosto, notemos:
JUÍZES
06: 11-16
11. Então o ANJO DO SENHOR veio, e sentou-se debaixo do carvalho que estava em
Ofra e que pertencia a Joás, abiezrita,
cujo filho GIDEÃO estava malhando o trigo no lagar para o esconder dos midianitas.
12. Apareceu-lhe então o anjo do Senhor e lhe
disse: O SENHOR É CONTIGO, Ó HOMEM VALOROSO.
13. Gideão lhe respondeu: AI, SENHOR MEU, SE O SENHOR É CONOSCO, POR
QUE TUDO NOS SOBREVEIO? e onde estão todas as suas maravilhas que nossos
pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? AGORA, PORÉM, O SENHOR NOS DESAMPAROU, E
NOS ENTREGOU NA MÃO DE MIDIÃ.
14. Virou-se o Senhor para ele e lhe disse: VAI NESTA TUA FORÇA, E LIVRA A ISRAEL DA MÃO DE MIDIÃ; PORVENTURA NÃO
TE ENVIO EU?
15. Replicou-lhe Gideão: AI, SENHOR MEU,
COM QUE LIVRAREI A ISRAEL? EIS QUE A MINHA FAMÍLIA É A
MAIS POBRE EM MANASSÉS, E EU O MENOR NA CASA DE MEU PAI.
16. Tornou-lhe o Senhor: PORQUANTO EU HEI DE SER CONTIGO, TU FERIRÁS AOS MIDIANITAS COMO A UM SÓ HOMEM.
No verso 11 comprova o estado de desespero do povo,
pois na chegada do Anjo, Gideão estava malhando o trigo no lagar, diga-se,
local onde se pisa as uvas para fazer vinhos, almejando esconder o que restava
dos suprimentos dos inimigos.
Dita a Bíblia que DEUS enviou um ANJO para ter
com um pobre camponês, no intuito de incitá-lo a liderar/julgar o povo
israelita, bem como, ir à guerra contra o povo opressor, mas, tal homem era
muito, mais muito medroso e desacreditado, tanto que passa a replicar o anjo
por diversas vezes, questionando se não era um engano a sua escolha, eis que
sua condição pessoal impediria ele de liderar uma frente de batalha e livrar
toda uma “nação” do extermínio.
O incrível é que o próprio Gideão não reconhecia
suas qualidades, mas, DEUS já reconhecia sua tremenda força e valor e tinha um
gigantesco propósito para o mesmo.
Gideão logo após ouvir o Anjo, aduz quanto a
sua incapacidade de realizar a missão, por ser INTEGRANTE DA FAMÍLIA MAIS
POBRE DA TRIBO, ainda, O MENOR E MAIS FRACO DA CASA DE SEU PAI JOÁS,
ou seja, ele no seu interior, era detentor de todos os elementos negativos para
o sucesso da missão. Mas, o Anjo lhe diz algo maravilhoso, que ele VENCERIA A
GUERRA COMO SE FOSSE APENAS UM HOMEM LUTANDO!.
A escolha de Gideão não se deu apenas em razão dele
ser: homem pobre, valoroso, humilde,
forte, valente, baixa posição social, o menor da família, temente e servo de
Deus, tendo sido escolhido por um
conjunto de motivos, considerando os atributos: FÍSICO,
MENTAL, FAMILIAR E RELIGIOSA, até aqui resta explicado a escolha em
razão do atributo físico e mental, no entanto, a Bíblia nos versos
posteriores passa a explicar sobre os demais, então, oportunamente, abordarei a
respeito.
Gideão tinha um leão dentro de si, mas, não
acreditava nele próprio, era muito medroso e desacreditado, si auto menosprezava,
tanto que mesmo estando diante do ANJO DE DEUS ele desconfiou quanto a sua escolha como
libertador e acerca da identidade divina do anjo, passando insistentemente a
exigir sinais divinos para comprovar, AO TOTAL FORAM 04 SINAIS enviados por
Deus, quando então o mesmo restou convencido da sua unção, comecemos
pelo 1º dos sinais:
JUÍZES
06: 17-24
17. Prosseguiu
Gideão: Se agora tenho achado graça aos teus olhos, DÁ-ME UM SINAL DE QUE ÉS TU
QUE FALAS COMIGO.
18. Rogo-te que não te apartes daqui até que eu volte trazendo do meu presente e o
ponha diante de ti. Respondeu ele: Esperarei até que voltes.
19. Entrou, pois, Gideão, preparou um cabrito
e fez, com uma e efa de farinha, bolos ázimos; pôs a carne num cesto e o caldo numa panela e, trazendo para
debaixo do carvalho, lho apresentou.
20. Mas
o anjo de Deus lhe disse: Toma a carne e os bolos ázimos, e põe-nos sobre esta
rocha e derrama-lhes por cima o caldo. E ele assim fez.
21. E
o anjo do Senhor estendeu a ponta do cajado que tinha na mão, e tocou a carne e
os bolos ázimos; ENTÃO
SUBIU FOGO DA ROCHA, e consumiu a carne e os bolos ázimos; E O ANJO DO SENHOR DESAPARECEU-LHE DA VISTA.
22. Vendo Gideão que era o anjo do Senhor,
disse: AI DE MIM, SENHOR DEUS! POIS EU VI O ANJO DO SENHOR FACE A FACE.
23. Porém o Senhor lhe disse: Paz seja contigo, NÃO TEMAS; não
morrerás.
24. Então Gideão edificou ali um altar ao Senhor, e lhe chamou Jeová-Salom; e
ainda até o dia de hoje está o altar em Ofra dos abiezritas.
O primeiro sinal de Deus foi a queima da oferta na
rocha e o desaparecimento repentino do Anjo das vistas de GIDEÃO. No
verso 22-23, mostra o medo de Gideão, mas, DEUS percebendo o seu acovardamento,
falou diretamente com ele, o tranquilizando e desejando paz.
Mesmo Gideão tendo visto um anjo do Senhor,
presenciado um sinal divino e tendo falado diretamente com DEUS, ainda assim, permaneceu
com o sentimento de medo e insegurança, tanto que a ele foi solicitado que cumprisse
a 1ª missão divina, observemos o que aconteceu:
JUÍZES
06: 25-30
25. NAQUELA
MESMA NOITE, disse o Senhor a Gidão: Toma um dos bois DE TEU PAI,
a saber, o segundo boi de sete anos, e derriba o altar de Baal, QUE É
DE TEU PAI, e corta a asera
que está ao pé dele.
26. Edifica ao Senhor teu Deus um
altar no cume deste lugar forte, na forma devida; toma o segundo boi, e o oferece em
holocausto, com a lenha da asera que cortares.
27. Então Gideão tomou dez homens dentre os
seus servos, e fez como o Senhor lhe dissera; PORÉM, TEMENDO ELE
A CASA DE SEU PAI E OS HOMENS DAQUELA CIDADE, NÃO O FEZ DE DIA, MAS DE NOITE.
28. Levantando-se,
pois, os homens daquela cidade, de madrugada, eis que estava o altar de Baal derribado, cortada a asera que
estivera ao pé dele, e o segundo boi oferecido no altar que fora edificado.
29. Pelo que disseram uns aos outros: Quem fez isto? E, DEPOIS DE INVESTIGAREM E INQUIRIREM,
DISSERAM: GIDEÃO, filho de Joás, é quem fez isto.
30. ENTÃO
OS HOMENS DAQUELA CIDADE DISSERAM
A JOÁS: TIRA PARA FORA TEU FILHO, PARA QUE MORRA,
porque derribou o altar de Baal e cortou a asera que estava ao pé dele.
A primeira missão divina exigida foi que Gideão DERRUBASSE O
ALTAR DE BAAL FEITO POR SEU PRÓPRIO PAI, e construísse em cima um altar do
Senhor Deus; ele teria que cortar as estatuas de madeira
da deusa canaanita “Asera”, também chamada de rainha dos céus, que ficava aos
pés do altar, e aproveitando tal madeira, queimasse em holocausto o BOI TAMBÉM DE
PROPRIEDADE DO SEU PAI.
Gideão cumpriu com o que o Senhor Deus ordenou,
todavia, com MUITO MEDO, posto que não
teve coragem de fazer tal trabalho durante o dia, somente na calada da
noite, evitando embate com os seus irmãos, pai, familiares e demais membros da
tribo israelita chamada de manasses.
Novamente, a Bíblia comprova que a escolha de
Gideão não foi apenas por causa dos atributos físicos e mentais, sua escalação tinha o significado de
restauração religiosa, porque, sua família, em especial, seu PAI, chamado
Joás, era o principal responsável e patrocinador da idolatria do povo israelita,
tanto é que o ALTAR DE BAAL ERA DE SUA PROPRIEDADE, ou seja, a família de Gideão
era transgressora e pecaminosa, e a sua escolha
servia como sinal de purificação. Assim sendo, comprova que a escolha se
deu também em razão da questão familiar e religiosa.
A Bíblia deixa claro que apesar do genitor de
Gideão, sua família e os demais membros da tribo de Manasses serem idolatras, O ESCOLHIDO NÃO ERA IDOLATRA, tanto é
que em JUÍZES
06: 13 Gideão responde ao Anjo: “Ai, senhor meu, se o senhor é
conosco, por que tudo nos sobreveio? e onde estão todas as suas maravilhas que
nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? agora,
porém, o senhor nos desamparou, e nos entregou na mão de Midiã”. O
QUE COMPROVA A SUA FÉ E SEU RESPEITO AO SENHOR JEOVÁ DEUS.
A passagem bíblica também comprova que aqueles
que manipulam com magia negra NÃO PROSPERAM, tanto é que a família do nosso
herói era a mais pobre da tribo.
Outrossim, quando o povo da tribo de manasses acordaram
de madrugada, viram o altar de baal derrubado, e em cima dele construído um
altar para DEUS, vendo ainda a oferta ao Senhor e a lenha utilizada para queima
do holocausto, ficaram muito indignados,
passando a investigar quem havia praticado tal ato, quando descobriram que fora
Gideão, foram até Joás, pai de Gideão e
proprietário do Altar, e exigiram que ele apresentasse Gideão para que os
matassem, no entanto, a resposta de Joás foi surpreendente:
JUÍZES
06: 31-32
31. Joás, porém, disse a todos os que se
puseram contra ele: Contendereis vós por
Baal? livrá-lo-eis vós? Qualquer que por ele contender, ainda esta manhã
será morto; SE ELE É DEUS, POR SI MESMO CONTENDA, POIS FOI
DERRIBADO O SEU ALTAR.
32. Pelo que naquele dia chamaram a Gidão Jerubaal, dizendo: Baal contenda contra ele, pois derribou o seu altar.
O pai de Gideão enfrentou de forma magnifica o
problema, informando aos homens revoltosos que queriam matar seu filho, que eles
não deveriam fazer nada com Gideão e, se algo fosse feito, naquela mesma manhã
eles seriam mortos. Afirmou ainda que se baal fosse deus, seu filho Gideão contenderia
somente com ele. Diante da resposta, os homens desistiram de matá-lo, mas, como ainda estavam muito indignados, eles
amaldiçoaram Gideão a ponto de mudar o seu
nome para Jerubaal, que significa
“Baal
contenda contra ele”, pois ofendeu o deus cananeu quando destruiu seu
altar.
Após o episódio da derrubada do altar, os midianitas,
amalequitas e demais povos do oriente, todos inimigos do povo de Israel, se
juntaram para atacar novamente, porém, o espirito de DEUS se apoderou de Gideão e ele convocou ALGUMAS
TRIBOS para o embate:
JUÍZES
06: 33-35
33. Então
todos os midianitas, os amalequitas e os filhos do oriente se ajuntaram e,
passando o Jordão, acamparam no vale de Jizreel.
34. MAS O ESPÍRITO DO SENHOR
APODEROU-SE DE GIDEÃO; e tocando ele a trombeta, os abiezritas se
ajuntaram após ele.
35. E enviou mensageiros por toda a tribo de Manassés, que também se
ajuntou após ele; e ainda enviou mensageiros a Aser, a Zebulom e a Naftali, que lhe saíram ao encontro.
O texto mostra que depois de Gideão estar
tomado pelo espirito do Senhor, quando tocou a trombeta, aqueles mesmos homens
que estavam com ódio dele, diante de um extremo perigo vindo da aproximação do
exército inimigo, imediatamente se subjugaram a ele e compareceram à reunião, compareceram
também homens de 03 outras tribos.
Entretanto, o medo e a insegurança novamente tomou
conta de Gideão, e como se não bastasse já ter recebido o primeiro sinal divino,
ele exigiu mais um sinal de Deus quanto
a sua escolha como líder do povo:
JUÍZES
06: 36-38
36. DISSE GIDEÃO A DEUS: SE HÁS DE
LIVRAR A ISRAEL POR MINHA MÃO, COMO DISSESTE,
37. eis que eu porei um velo de lã
na eira; se o orvalho estiver somente no velo, e toda a terra ficar enxuta,
ENTÃO CONHECEREI QUE HÁS DE LIVRAR A ISRAEL POR MINHA MÃO, COMO DISSESTE.
38. E assim foi; pois, levantando-se de
madrugada no dia seguinte, apertou o velo, e espremeu dele o orvalho, que
encheu uma taça.
Gideão movido pela sua admirável incredulidade,
mesmo com dois sinais divinos, ainda assim não se convenceu da missão dada por Deus,
então ele surpreendentemente requereu mais
um sinal divino, o pilhérico é que ele sabiamente pediu que Deus não se
aborrecesse com ele:
JUÍZES
06: 39-40
39. Disse mais Gideão a Deus: NÃO SE ACENDA CONTRA MIM A TUA IRA SE AINDA
FALAR SÓ ESTA VEZ. Permite que só
mais esta vez eu faça prova com o velo; rogo-te que só o velo fique enxuto, e em toda a terra
haja orvalho.
40. E Deus assim fez naquela noite; pois só o
velo estava enxuto, e sobre toda a terra havia orvalho.
Ou seja, desta vez Gideão pediu a inversão do
sinal anterior, em um solicitou que o velo de lã ficasse molhado e a terra ao
redor enxuta, no outro que o velo de lã ficasse enxuto e toda a terra molhada,
o que foi atendido. OH HOMEM INCRÉDULO! QUANTA DESCRENÇA!
No entanto, como os inimigos já estavam acampados
e se preparando para atacar os israelitas, iniciou DEUS os preparativos para o
surgimento do grande herói:
JUÍZES
07: 01-03
1. Então
Jerubaal, que é Gideão, e todo o povo que estava com ele, levantando-se de
madrugada acamparam junto à fonte de Harode; e o arraial de Midiã estava da
banda do Norte, perto do outeiro de Moré, no vale.
2. Disse o Senhor a Gideão: O POVO QUE ESTÁ CONTIGO É DEMAIS PARA EU
ENTREGAR OS MIDIANITAS EM SUA MÃO; NÃO SEJA CASO QUE ISRAEL SE GLORIE CONTRA
MIM, dizendo: Foi a minha própria mão que me
livrou.
3. Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo,
dizendo: QUEM FOR MEDROSO E TÍMIDO VOLTE, E
RETIRE-SE DO MONTE GILEADE. ENTÃO VOLTARAM DO POVO VINTE E
DOIS MIL, E DEZ MIL FICARAM.
É de observar, DEUS verificando que Gideão
havia reunido número significativo de homens para guerrear, no pese ser bem
inferior considerando a multidão do exército inimigo, determinou que Gideão falasse NO
OUVIDO do povo, para que não causasse alarde e não constrangesse o
desertor, que aquele que se considerasse “medroso” e “tímido” voltasse para sua
casa. Causa espanto o fato da bíblia indicar que do chamado de Gideão compareceram 32 mil
homens, sendo que 22 mil se consideraram medrosos e tímidos, sobrando apenas 10
mil soldados, número a priori, muito, mais muito insuficiente para
combater 120 mil soldados midianitas. Aqui realmente qualquer valente iria
temer!
Vislumbro, por ser Gideão uma pessoa MEDROSA e
TIMIDA, a maior vontade dele naquele momento era abandonar tudo e voltar para
sua tenda juntamente com os 22 mil soldados. Em resumo, o emissor da mensagem era tão ou mais medroso que aqueles
que se identificaram com seu estado e deixaram a concentração para a batalha.
Sucede que, a redução do contingente do
exército tinha por finalidade a não ocorrência de vanglorio por parte dos
israelitas, quando a guerra fosse vencida, alegando que tinha homens
suficientes e que haviam ganhado na força e raça, ou seja, sem a intercedência
de DEUS.
Surpreendentemente, para DEUS o contingente de
10 mil soldados ainda estava elevado, então determinou:
JUÍZES
07: 04-08
4. Disse mais o Senhor a Gideão: Ainda são muitos. FAZE-OS
DESCER ÀS ÁGUAS, E ALI OS PROVAREI; e será que, aquele de que eu te disser:
Este irá contigo, esse contigo irá; porém todo aquele de que eu te disser: Este
não irá contigo, esse não irá.
5. E Gideão fez descer o povo às águas. Então
o Senhor lhe disse: QUALQUER QUE LAMBER AS ÁGUAS COM
A LÍNGUA, COMO FAZ O CÃO, A ESSE PORÁS DE UM LADO; E A TODO AQUELE QUE
SE AJOELHAR PARA BEBER, PORÁS DO OUTRO.
6. E foi o número dos que lamberam
a água, LEVANDO A
MÃO À BOCA, TREZENTOS HOMENS; mas todo o resto do povo se ajoelhou
para beber.
7. Disse ainda o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam a
água vos livrarei, e entregarei os midianitas NA TUA MÃO; mas, quanto ao
resto do povo, volte cada um ao seu lugar.
8. E o povo tomou na sua mão as provisões e
as suas trombetas, e Gideão enviou todos os outros homens de Israel cada um à
sua tenda, porém reteve os trezentos. O ARRAIAL DE MIDIÃ ESTAVA
EMBAIXO NO VALE.
A
segunda triagem não levou em consideração somente a coragem e a predisposição dos
guerreiros, mas, sim, o seu preparo e atenção para a guerra, pois,
aquele que se ajoelhasse para beber água, mostrava total descuido para o
combate, podendo ser facilmente surpreendido pelo inimigo, posto que o seu
campo de visão e mobilidade ficavam reduzidos. AO CONTRÁRIO DAQUELES QUE NÃO SE AJOELHAVAM
E TRAZIAM ÁGUA NAS MÃO ATÉ A BOCA, atestando seu estado de cuidado e
vigilância, o que era muito relevante numa situação beligerante, mostrando
total preparo para a guerra.
Contudo,
somente 300 homens foram naturalmente selecionados, O QUE DEVE TER CAUSADO
EXTREMO PÂNICO EM GIDEÃO, o engraçado que ele sequer quis pedir novo
sinal divino, acredito que ele desejou desistir da missão. Mas, o próprio DEUS percebendo a sua
fragilidade motivacional e de espírito, por si só, enviou mais um sinal divino,
o quarto e último, para que Gideão restasse convicto da sua força, valentia,
competência e unção. Determinou que Gideão durante a noite fosse de forma
sorrateira até o posto avançado das sentinelas do arraial onde estavam os
inimigos, para que ouvisse algo que fortaleceria suas mãos:
JUÍZES
07: 09-15
9. NAQUELA
MESMA NOITE DISSE O SENHOR A GIDEÃO: LEVANTA-TE, E DESCE CONTRA O ARRAIAL, PORQUE EU O ENTREGUEI NA
TUA MÃO.
10. MAS SE TENS MEDO DE DESCER,
VAI COM O TEU SERVO, Purá, ao arraial;
11. OUVIRÁS
O QUE DIZEM, E SERÃO
FORTALECIDAS AS TUAS MÃOS PARA DESCERES CONTRA O ARRAIAL. Então
desceu ele com e seu moço, Purá, até o posto avançado das sentinelas do
arraial.
12. Os midianitas, os amalequitas, e todos os
filhos do oriente jaziam no vale, COMO
GAFANHOTOS EM MULTIDÃO; E OS SEUS CAMELOS ERAM INUMERÁVEIS, COMO A AREIA NA
PRAIA DO MAR.
13. No momento em que Gideão chegou, um homem estava contando ao seu
companheiro um sonho, e dizia: EU TIVE UM SONHO; EIS QUE UM PÃO
DE CEVADA VINHA ROLANDO SOBRE O ARRAIAL DOS MIDIANITAS E, CHEGANDO A UMA TENDA,
BATEU NELA DE SORTE A FAZÊ-LA CAIR, E A VIROU DE CIMA PARA BAIXO, E ELA FICOU
ESTENDIDA POR TERRA.
14. Ao que respondeu o seu companheiro,
dizendo: ISSO NÃO É OUTRA COISA SENÃO A ESPADA DE GIDEÃO, FILHO DE
JOÁS, VARÃO ISRAELITA. NA SUA MÃO DEUS ENTREGOU MIDIÃ
E TODO ESTE ARRAIAL.
15. Quando
Gideão ouviu a narração do sonho e a sua interpretação, ADOROU A DEUS; e voltando ao arraial de
Israel, disse: LEVANTAI-VOS, PORQUE O
SENHOR ENTREGOU NAS VOSSAS MÃOS O ARRAIAL DE MIDIÃ.
Deus majestosamente
deu o último sinal ao desacreditado, momento em que a valentia daquele homem
prefulgurou, porquanto, chegando ele ao arraial do inimigo
e ouvindo um soldado midianita dizendo a respeito de UM SONHO, explicando que um pão
de cevada rolava sobre o acampamento midianita e derrubava uma tenda e que
esta caía e ficava virada para baixo, em continuidade, fora surpreendido Gideão
com o relato do outro soldado dizendo que aquele sonho referia-se a Gideão,
filho de Joás que iria ganhar a guerra e destruir o exército.
Flávio
Josefo, um escritor e historiador judeu que viveu entre 37 e 103 d.C, um
hebreu de nascimento, sacerdote em Jerusalém, aduz em seu livro “História dos hebreus: de Abraão a queda de
Jerusalém, fl. 118-119”:
Ele executou a ordem e
quando estava próximo das tendas ouviu um soldado narrar ao companheiro um
sonho que tivera. Dizia ele: "Vi um pedaço de massa de farinha de cevada
que não merecia ser recolhida, e a pasta, rolando por todo o
acampamento, derrubou a tenda do rei e depois todas as outras". "Esse
sonho", respondeu-lhe o
companheiro, "pressagia a ruína completa do nosso exército, por esta razão:
a cevada é o menor de todos os grãos, e, como não há agora em toda a Ásia nação
mais desprezível que a dos israelitas, ela pode ser comparada à cevada.
Vós sabeis que eles reuniram as suas tropas e têm algum empreendimento em
vista, comandados por Gideão. Por isso temo muito que esse pedaço de massa que
vistes derrubar todas as tendas seja um sinal de que Deus quer que Gideão
triunfe sobre nós".
Chamou atenção Flávio Josefo quanto a característica
do pão relatado no sonho do soldado midianita, aludindo quanto a um PÃO FEITO DE CEVADA
e não de trigo, ora utilizado na época. O escritor aponta que na época a cevada era totalmente desprezível,
igual sentimento que os inimigos opressores tinham pelos israelitas.
O engraçado é que em I REIS 4: 28, dita “Também
traziam, cada um segundo seu cargo, a cevada e a palha para os
cavalos e os ginetes, para o lugar em que estivessem.”, ou
seja, faz referência a cevada como comida
para cavalos, comprovando que o pão retratado no sonho que o soldado teve era
de péssima qualidade, impróprio para o consumo humano, fazendo referência justamente ao lastimável estado de miséria que atravessava
Israel, pois os israelitas não tinham outra saída senão fazer tal pão para
sobreviver. Por tal motivo, o segundo soldado associou o pão de cevada aos
israelitas, estes representados por Gideão.
Outrossim, ouvindo Gideão a mensagem profética contada
por seus inimigos, ACREDITOU DE VEZ NA SUA MISSÃO E NO SEU PAPEL FUNDAMENTAL
PARA LIVRAR ISRAEL, daí nasceu o guerreiro:
JUÍZES
07: 16-18
16. Então dividiu os trezentos homens em três companhias, pôs nas mãos de cada um deles TROMBETAS, E CÂNTAROS VAZIOS
CONTENDO TOCHAS ACESAS,
17. e disse-lhes: OLHAI PARA MIM, E
FAZEI COMO EU FIZER; e eis que chegando eu à extremidade do arraial, como eu fizer, assim fareis vós.
18. Quando
eu tocar a trombeta, eu e todos os que comigo estiverem, tocai também vós as
trombetas ao redor de todo o arraial, e dizei: Pelo Senhor
e por Gideão!
Vê-se que Gideão fora investido de toda
autoridade, Deus lhe abriu os olhos, retirou o sentimento de covardia que o
bloqueava e, por fim, fez um líder valente, um comandante, um general,
ordenando estratégia de guerra de alto nível e conduzindo a libertação de um
povo oprimido, e todo o povo seguia suas ordens:
JUÍZES
07: 19-25
19. Gideão, pois, e os cem homens que estavam
com ele chegaram à extremidade do arraial, AO
PRINCÍPIO DA VIGÍLIA DO MEIO, HAVENDO SIDO DE POUCO COLOCADAS AS GUARDAS; então tocaram as trombetas e despedaçaram os cântaros que tinham nas
mãos.
20. Assim
tocaram as três companhias as trombetas, despedaçaram os cântaros, segurando
com as mãos esquerdas as tochas e com as direitas as trombetas para as tocarem,
e clamaram: A espada do Senhor e de Gideão!
21. E CONSERVOU-SE CADA UM NO SEU
LUGAR AO REDOR DO ARRAIAL; ENTÃO
TODO O EXÉRCITO DEITOU A CORRER E, GRITANDO, FUGIU.
22. Pois, ao tocarem os trezentos as
trombetas, O SENHOR TORNOU A ESPADA DE
UM CONTRA O OUTRO, E ISTO EM TODO O ARRAIAL, e fugiram até Bete-Sita, em
direção de Zererá, até os limites de Abel-Meolá, junto a Tabate.
23. Então
os homens de Israel, das tribos de Naftali, de Aser e de todo o Manassés, foram
convocados e perseguiram a Midiã.
24. Também
Gideão enviou mensageiros por toda a região montanhosa de Efraim, dizendo: Descei
ao encontro de Midiã, e ocupai-lhe as águas até Bete-Bara, e também o Jordão.
Convocados, pois todos os homens de Efraim, tomaram-lhe
as águas até Bete-Bara, e também o Jordão;
25. e prenderam dois príncipes de Midiã,
Orebe e Zeebe; e mataram Orebe na penha de Orebe, e Zeebe mataram no lagar de
Zeebe, e perseguiram a Midiã; e
trouxeram as cabeças de Orebe e de Zeebe a Gideão, além do Jordão.
A estratégia militar adotada foi magnífica,
Gideão não perdeu sequer um soldado, não moveu um único homem do lugar, tais sequer
possuíam espadas, cada homem portava com si apenas:
Ø Uma
trombeta;
Ø Um
cântaro – vaso feito de barro;
Ø E uma
tocha acesa.
Como o
exército inimigo estava na parte de baixo do arraial, enquanto
que Gideão e os seus 300 estavam na parte superior, NO ALTO DA MONTANHA,
então Gideão dividiu os 300 homens em 3 pelotões de 100 cada, e ordenou que todos fizessem simultaneamente a
mesma coisa que ele, a estratégia foi perfeita, utilizou o ambiente a seu favor, como sabemos, em qualquer montanha
qualquer ruído faz um eco tremendo, e ele soube usar com excelência deste
artifício, tanto que determinou que todos os 300 homens se posicionassem ao
redor do arraial, obviamente na parte superior, e que ao mesmo tempo:
1º - tocassem as trombetas;
2º - jogassem os vasos de
barro no chão para quebrá-lo;
3º - segurassem as tochas
acesas com a mão esquerda; e
4º - gritassem no mais alto
tom “A espada do Senhor e de Gideão!”.
É de imaginar o som ensurdecedor produzido, primeiro,
pelo som provocado pelas 300 trombetas, sendo ecoado para os quatro cantos do
arraial; segundo, com o som dos 300 cântaros
sendo quebrados todos ao mesmo tempo, o que dava a entender quanto a chegada de
um exército inumerável, munido de carruagens, cavalaria e infantaria e etc; terceiro, com o grito de guerra, dava a
entender que o exército israelita já estava em plena batalha, demonstrando a
motivação dos combatentes. Lembremos ainda que tudo aconteceu à noite, quando o inimigo estava com pouquíssima
visibilidade, acabando de acordar. Tal cenário realmente causaria pânico em
qualquer exército valente.
De mais a mais, não se pode olvidar quanto ao grande
alvoroço provocado pelos camelos midianitas
que já estavam no arraial, segundo a bíblia, JUIZES 7: 12, eram inumeráveis
como a areia da praia; os animais provavelmente devem ter ficado extremamente estressados
e muito agitados, aumentando ainda mais o pânico.
Para agravar, quando o exército inimigo olhava
para o alto da montanha, viam inúmeras tochas acessas, dando a entender que
vinham marchando contra eles milhares e milhares de soldados israelitas.
Conta a Bíblia que o SENHOR DEUS tornou a espada dos inimigos um contra o outro, e
isto em todo o arraial, porque o ECOAR DOS SONS das trombetas, dos vasos e dos
gritos, dava
a entender que o exército israelita já estava no meio deles e vinham vindo
inúmeros guerreiros, como já dito, somado com o alvoroço dos
animais, provavelmente não reconheciam nada e nem ninguém, péssima visibilidade,
sem falar que eram mais de 03 exércitos
inimigos diferentes, com armas, vestimentas, idiomas, tudo desigual, logo,
num alvoroço insano, onde ninguém
reconhecia ninguém, todo o exército passou a correr e seguir o velho ditado
“salve-se quem puder”, não restando outra
saída senão cada qual puxar sua espada para salvar-se, ferindo um ao outro.
Outro ponto interessante, a Bíblia conta que os soldados que estavam no posto avançado
das sentinelas do arraial haviam sido trocados, portanto, aqueles soldados
que Gideão havia flagrado conversando sobre o sonho, provavelmente foram ao
arraial contar a respeito aos demais midianitas, o que deve ter causado um
temor em parte do exército.
Em resumo, a estratégia de guerra em comento faz
inveja até mesmo aos celebres ensinamentos bélicos presente no livro de Sun Tzu
“A ARTE DA GUERRA”, quando li fiquei
bestificado com tamanha inteligência daquele simples camponês, sendo óbvio que
sua conduta foi por intermédio do espirito santo e guiado por Deus, ver JUIZES 06: 34.
Gideão
foi transformado, pela honra e graça do Senhor Deus, de um homem relutante,
desconfiado, medroso, tímido, para um líder extremamente sábio e astuto,
tanto é que a Bíblia conta que após o episódio do arraial, o mesmo necessitou
solicitar ajuda das demais tribos israelita,
sendo uma delas chamada Efraim, ver o constante nos versos 24 e 25, tais
tiveram a simplória missão de ocupar os rios locais com o fito de cercar e
terminar de massacrar o resto do exército inimigo. Desta ofensiva os efrateus prenderam e mataram dois príncipes midianitas,
chamados: Orebe e Zeebe, depois levaram as cabeças para Gideão, ao novo
Juiz de Israel.
Como Gideão
não chamou a tribo de Efraim para participar da batalha do arraial, tal
imprevisto quase causava um grande conflito interno, mas,
o agora GRANDE LÍDER VALOROSO, mostrou muita inteligência e sagacidade, e se humilhando,
acabou sendo glorificado:
JUÍZES
08: 01-03
1. Então
os homens de Efraim lhe disseram: QUE É ISTO QUE NOS FIZESTE, NÃO NOS CHAMANDO QUANDO FOSTE PELEJAR
CONTRA MIDIÃ? E
REPREENDERAM-NO ASPERAMENTE.
2. Então ele lhes respondeu: “QUE MAIS FIZ EU EM COMPARAÇÃO COM O QUE
FIZESTE VÓS? O RESTOLHO DAS UVAS DE EFRAIM NÃO É MELHOR DO QUE
TODA A VINDIMA DE ABIEZER?
3. DEUS
ENTREGOU NA VOSSA MÃO OS PRÍNCIPES DE MIDIÃ, OREBE E ZEEBE; que, pois, pude eu fazer em comparação ao que vós fizestes? Então a sua ira se abrandou para
com ele, quando falou esta palavra.
Tive grande admiração quando li esta passagem,
pois, aquele líder com apenas 300 homens totalmente desarmados, haviam
destruído um exército de 120 mil homens bem armados e preparados, e mesmo com
tal feito, acabou sendo asperamente
repreendido por uma tribo envaidecida que pouquíssimo fez, somente mataram dois
príncipes e o resto do exército inimigo. Todavia, a conduta de Gideão foi perfeita,
pois, humilhou a si próprio e toda a sua
casa e, simplesmente exaltou o trabalho feito pelos homens da tribo de Efraim.
Em grande sabedoria, Gideão se humilhou e
engrandeceu os efrateus, dizendo que quem seria ele e sua casa, os Abiezritas,
a serem comparados com os homens de Efraim, tanto era, que as FOLHAS das uvas dos efrateus
eram melhores que toda a COLHEITA de uva de Abiezer.
Gideão teve a modéstia de chegar a afirmar que
o que ele os 300 guerreiros fizeram foi muito pequeno comparado ao “grande” trabalho realizado pelos efrateus,
eis que DEUS havia entregado a tais nada menos que os príncipes dos povos
inimigos, ficando ele apenas com a vitória sobre simples soldados. Diz a Bíblia
que depois destas sábias palavras os efrateus ficaram calmos e não houve uma
guerra entre os próprios de Israel. Esta passagem comprova que a sabedoria
vence a tolice e que devemos ter autocontrole para resolvermos qualquer
situação posta.
Passados tais episódios, Gideão bravamente queria acabar com guerra e trazer paz a Israel,
decidiu então ir atrás dos 02 reis de Midiã, chamado Zeba e Zalmuna, então passou
a perseguir o resto do seu exército, no entanto, SURPREENDENTEMENTE manteve consigo apenas
os 300 homens escolhidos por ordenança do Senhor Deus, atravessou o
Rio Jordão e se deparou com 02 cidades israelitas, vejamos o que aconteceu:
4. E Gideão
veio ao Jordão e o atravessou, ele e os trezentos homens que estavam com ele, FATIGADOS, mas ainda perseguindo.
5. Disse, pois, aos homens de SUCOTE: DAI,
PEÇO-VOS, UNS PÃES
AO POVO QUE ME SEGUE, PORQUANTO ESTÁ FATIGADO, e eu vou perseguindo a Zeba
e Zalmuna, reis os midianitas.
6. Mas os príncipes de Sucote responderam: JÁ ESTÃO EM TEU PODER AS MÃOS DE ZEBÁ E
ZALMUNA, PARA QUE DEMOS PÃO AO TEU EXÉRCITO?
7. Replicou-lhes Gideão: Pois quando o Senhor
entregar na minha mão a Zebá e a Zalmuna, trilharei
a vossa carne com os espinhos do deserto e com os abrolhos.
8. Dali subiu a PENUEL,
e falou da mesma maneira aos homens desse lugar, que lhe responderam como os homens de Sucote lhe haviam respondido.
9. Por isso falou também aos homens de Penuel,
dizendo: Quando eu voltar em paz,
derribarei esta torre.
É de tirar o folego, imaginar o agora grande
líder Gideão e seus 300 guerreiros totalmente famintos e cansados da batalha e da perseguição, encontrar pela
frente duas cidades israelitas chamadas Sucote e Penuel, e quando solicitado apoio,
no presente caso, foi solicitado pães para matar a fome e restabelecer as forças
dos guerreiros, restando
óbvio que tais cidades seriam beneficiadas com a campanha vitoriosa, contudo, admiravelmente,
os líderes de tais cidades negaram o auxílio, e pior, CAÇOARAM de Gideão,
indicando que ele não seria digno de qualquer auxílio, haja vista que não tinha
vencido a guerra e nem estava com os reis presos. Resta notório que naquela
época tinha uma escassez ferrenha de suprimentos, mas, houve uma incredulidade
“a nível Gideão” quanto ao sucesso da
missão, em resumo, NÃO HOUVE FÉ, MUITO MENOS HOUVE RESPEITO COM OS SEUS IRMÃO E
ALIADOS DE GUERRA, IGUALMENTE VITIMIZADOS PELO EXERCITO INIMIGO!
O povo das cidades de Sucote e Penuel chegaram
ao ponto de perguntar a Gideão se por
acaso ele já tinha em mãos os reis midianitas, para que pudesse ser servido
pães a eles, tal episódio causou grande indignação no mais novo homem valente,
ao passo que ele disse para o povo de
Sucote que assim que ele voltasse vitorioso da campanha bélica, daria uma surra
nos líderes e que derrubaria a torre da cidade Penuel. QUÃO GRANDE VALENTIA
DESTE HOMEM, ENFRENTOU DE FORMA INCISIVA DUAS CIDADES! mostrou que virou um homem
de respeito e poder.
Sucede que, tais cidades jamais poderiam virar
as costas para Gideão, pois, a cidade de Sucote foi onde Jacó formou
acampamento quando deixou a casa de Labão, seu sogro, logo após se encontrar
com seu irmão Esaú, ver GENESIS 33: 17, que vinha na intenção de
conflitar, contudo, quando viu seu irmão, reconciliou-se e PRESTOU TODO AUXÍLIO
PARA O IRMÃO ISRAELITA.
Já a cidade de Penuel ou Peniel foi o nome que
Jacó deu ao lugar onde teve uma batalha com Deus e teve seu nome trocado para Israel,
consta em GENESIS
32:30 “E chamou Jacó o nome
daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha
vida foi preservada”, logo, tais cidades deveriam respeitar a história e o
respeito que carregava e ter auxiliado seus irmãos israelitas e ajudar na
batalha ordenada por DEUS, ajudando a preservar a vida daqueles.
Esta passagem bíblica nos
mostra que muitas vezes encontraremos obstáculos impostos por pessoas do nosso
cotidiano, por familiares, amigos, por pessoas que gozam de nossa confiança, em
resumo, nem sempre o problema é imposto por pessoas desconhecidas.
A negativa de ajuda das duas cidades israelitas
NÃO abalou Gideão e seus 300, mesmos
famintos e cansados, perseveraram na missão e continuaram a campanha
persecutória contra os reis midianitas, pois, sabiam eles, que se parassem
naquele momento, os inimigos iriam se fortalecer e voltar a perturbar Israel,
logo, eles pretendiam terminar a missão
divina.
JUÍZES 08: 10-13
10. Zebá
e Zalmuna estavam em Carcor com o seu exército, CERCA DE QUINZE MIL HOMENS, os restantes de todo o
exército dos filhos do oriente; POIS HAVIAM CAÍDO CENTO E VINTE
MIL HOMENS QUE PUXAVAM DA ESPADA.
11. subiu Gideão pelo caminho dos que
habitavam em tendas, ao oriente de Nobá e Jogbeá, e feriu aquele exército, porquanto SE DAVA POR SEGURO.
12. E,
fugindo Zebá e Zalmuna, Gideão os perseguiu, TOMOU PRESOS ESSES DOIS REIS
DOS MIDIANITAS e desbaratou todo o exército.
13. Voltando, pois, Gideão, filho de Joás, da
peleja pela subida de Heres,
É de se ver que a missão ainda não era nada fácil,
posto que era somente 300 homens contra um exército de cerca de 15 mil homens.
A bíblia conta que Gideão mais uma vez
abusou da estratégia militar, não atacando em campo aberto, desta vez indo
pelas extremidades, utilizando das tendas no caminho para se camuflar e
surpreender os inimigos que equivocamente se davam por seguros, então
sobrepujou o exército do inimigo, venceu a guerra e prendeu Zeba e Zalmuna,
reis midianitas.
Voltando nosso herói da campanha vitoriosa
tratou logo de cumprir a promessa feita as duas cidade israelitas: Sucote e
Penuel, no caminho prendeu um homem de Sucote e exigiu que ele desse por
escrito o nome de todos os líderes da cidade, ao total 77 homens:
JUÍZES
08: 14-17
14. TOMOU PRESO A UM MOÇO DOS HOMENS
DE SUCOTE, E O INQUIRIU; este lhe deu por escrito os nomes dos príncipes de Sucote, e
dos seus anciãos, setenta e sete homens.
15. Então veio aos homens de Sucote, e disse:
Eis aqui Zebá e Zalmuna, A RESPEITO DOS QUAIS ME
ESCARNECESTES, dizendo: Porventura já estão em teu poder as mãos de
Zebá e Zalmuna, para que demos pão aos
teus homens fatigados?
16. NISSO TOMOU OS ANCIÃOS DA CIDADE,
E ESPINHOS E ABROLHOS DO DESERTO, E COM ELES ENSINOU AOS HOMENS DE SUCOTE.
17. Também
derrubou a torre de Penuel, e matou os homens da cidade.
Pela omissão e gozação que os lideres das
cidades de Sucote e Penuel fizeram, Gideão foi até Sucote e deu uma surra de espinhos em todos os anciãos da
cidade.
O interessante é que em JUÍZES 08: 06, a
bíblia aponta que quem se negou a
prestar auxílio aos guerreiros foram os PRINCÍPES de tal cidade, já em JUÍZES 08: 14, Gideão
buscou não apenas os nomes dos príncipes, também, dos anciãos, e no final de
tudo deu a surra somente nos anciãos.
Naquela
época era muito comum a realeza ter um grupo/conselho opinativo/deliberativo
formado por anciães, pessoas maduras, cheias do saber e da experiência.
Temos um caso emblemático na bíblia quanto a tal costume, o Rei Roboão, 1º
sucessor do trono do Rei Salomão, quando diante da proposta de Jeroboão para
que fosse aliviado o fardo e o imposto que recaiam sobre o povo israelita, ele
de logo submeteu o assunto ao conselho real
formado por anciãos, inclusive tais serviram também ao mais inteligente e sábio
Rei, Salomão, atestando a importância de tais homens. Sucede que, infelizmente,
o Rei Roboão não seguiu o conselho da experiência, e com isso sobreveio todo um
conflito entre o Reino de Judá e o Reino de Israel, vejamos:
I REIS
12: 04-07
4. Teu
pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia a dura servidão e o pesado juro
que teu pai nos impôs, e nós te serviremos.
6. Teve
o rei Roboão CONSELHO COM
OS ANCIÃOS que tinham assistido diante de Salomão, seu pai, quando este
ainda vivia, e perguntou-lhes: COMO ACONSELHAIS VÓS QUE EU RESPONDA A ESTE POVO?
7. Eles
lhe disseram: Se hoje te tornares servo deste povo, e o servires, e,
respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, eles serão para sempre teus servos.
O
conselho dos anciãos tinha o objetivo de dar direcionamento a realeza, auxiliando
na tomada de decisões, entretanto, no caso de Gideão e os 300, acredito que o
grupo de mais de setenta homens idosos devem ter induzidos os príncipes de
Sucote a falhar, negando suprimentos, e ainda, fazendo gozação com a situação,
motivo pelo qual a surra imposta por Gideão somente foi direcionada aos idosos.
Imaginemos a humilhação pública, bem como, a dor suportada, pois, foram
utilizados espinhos.
Após a empreitada em Sucote, nosso herói foi a
cidade de Penuel, visando derrubar a torre da cidade, todavia, provavelmente houve
resistência dos homens da cidade, o que lamentavelmente forçou Gideão matar
todos eles, ver o verso presente em JUÍZES 08: 17. No mais continuemos a
história bíblica:
JUÍZES
08: 18-21
18. Depois perguntou a Zebá e a Zalmuna: COMO ERAM OS HOMENS QUE MATASTES EM TABOR?
E responderam eles: QUAL ÉS TU, TAIS ERAM ELES; CADA
UM PARECIA FILHO DE REI.
19. Então disse ele: ERAM MEUS IRMÃOS,
FILHOS DE MINHA MÃE; VIVE O SENHOR, QUE SE LHES TIVÉSSEIS POUPADO A
VIDA, EU NÃO VOS MATARIA.
20. E DISSE A JETER, SEU
PRIMOGÊNITO: LEVANTA-TE, MATA-OS. O MANCEBO, PORÉM,
NÃO PUXOU DA ESPADA, porque temia, porquanto ainda era muito moço.
21. Então disseram Zebá e Zalmuna: LEVANTA-TE TU MESMO, E ACOMETE-NOS; PORQUE,
QUAL O HOMEM, TAL A SUA FORÇA.
Levantando-se, pois, Gideão, matou Zebá e Zalmuna, e tomou os
crescentes que estavam aos pescoços dos seus camelos.
Mais uma passagem interessantíssima, MARCA A INFELIZ
DECADÊNCIA DO MEDROSO QUE SE TORNOU VALENTE; primeiro porque, Gideão
somente matou os 02 reis midianitas em retribuição aos assassinatos de seus
irmãos que residiam na cidade de Tabor, ou seja, teve um juízo totalmente
equivocado e o espírito acovardado, pois, diante tamanha opressão sofrida pelo
povo israelita, considerando a importante e simbólica morte de um monarca,
quando em estado de guerra e, por serem eles os líderes do povo inimigo, a
guerra acabaria ali mesmo, porém, Gideão
olhou para o seu próprio umbigo, BUSCOU APENAS UMA VINGANÇA PESSOAL. Explicou
ele que se os reis não tivessem matado seus irmãos, teriam suas vidas poupadas,
Gideão cometeu o grande equívoco de afastar os interesses da nação, da
coletividade, em favor das questões pessoais, esqueceu que eram massacrados,
assassinados, saqueados, famigerados, vivendo em cavernas, que inúmeras
famílias haviam sido mortas e etc.
Depois, a passagem bíblica acima, em especial o
verso 20, dita que o filho de Gideão, o
primogênito, chamado JETER, que significa “mais que suficiente; excedente”, lamentavelmente, somente tinha de
excedente seu acovardamento e medo, comprovou
que o ranço da ausência de valentia era de sangue, uma tradição de família, eis
que o medo, a desconfiança e a insegurança já tinha passado de pai para filho.
E mesmo tendo o primogênito vivenciando toda obra de Deus operada na vida do
seu pai, ainda assim, não foi capaz de cumprir com o seu papel de futuro líder
do povo de Israel, só faltou JETER pedir sinais divinos também. A omissão de JETER lhe custará a vida, pois
ele será brutalmente assassinado por seu meio irmão, chamado Abimeleque, ver
JUÍZES 09:
05.
No verso 21, mostra que os Reis Midianitas
reconheceram a FORÇA
de Gideão já descrita pelo anjo do Senhor quando apareceu pela
primeira, ver JUÍZES
06: 14.
No mesmo verso 21, mostra o primeiro ato
pecaminoso do nosso valoroso Juiz, haja vista que ele assim que matou os reis, permitiu
ser influenciado pela ganância, tanto que de
logo se preocupou com o ouro, a riqueza, pegando para si os adereços
preciosos que estavam nos pescoços dos camelos reais, A PARTIR DAÍ, INFELIZMENTE, O PROCESSO DE
CORRUPÇÃO JÁ ESTAVA LATENTE, situação que me decepcionou muito:
JUÍZES
08: 22-25
22. Então
os homens de Israel disseram a Gideão: DOMINA SOBRE NÓS, ASSIM TU, COMO
TEU FILHO, E O FILHO DE TEU FILHO; PORQUANTO NOS LIVRASTE DA MÃO DE MIDIÃ.
23. Gideão, porém, lhes respondeu: NEM EU DOMINAREI SOBRE VÓS, NEM MEU FILHO, MAS O SENHOR SOBRE
VÓS DOMINARÁ.
24. Disse-lhes mais Gideão: uma petição vos farei: dá-me, cada um de vós, AS ARRECADAS DO DESPOJO.
(Porque os inimigos tinham arrecadas de ouro, porquanto eram ismaelitas).
25. Ao que disseram eles: DE BOA VONTADE AS DAREMOS. E estenderam uma capa, na qual
cada um deles deitou as arrecadas do seu despojo.
O nobre herói, voltou a ter o espírito medroso, inseguro, fraco, tanto que todo
o povo de Israel lhe requereu que ele e seus descendentes liderassem sobre o
povo, mas, Gideão, covardemente, informou que nem ele nem seu filho
dominariam, todavia, apenas DEUS, só que naquele momento era Gideão a
personificação dos desígnios de DEUS, o enviado, o escolhido, tinha ele consigo
o espirito santo do Senhor, era ele o JUIZ DE ISRAEL o libertador do povo
israelita, portanto, como ele
fora imbuído de tal missão pelo próprio Altíssimo, NÃO PODERIA DE FORMA ALGUMA
TER NEGADO TAL PEDIDO, pois era uma consequência natural do legado divino.
No mínimo, cabia a Gideão ter feito um
sucessor, todavia, cometeu o mesmo erro que Josué e os 04 juízes antecessores.
Em razão da omissão de Gideão quanto a governança de Israel, após
sua morte, o seu filho bastardo, fruto
de um enlace amoroso com uma concubina, chamado Abimeleque, visando liderar o
povo israelita, matou de uma só vez numa pedra, todos os demais filhos de
Gideão, ao total de 70, incluindo Jeter, salvando-se apenas o filho caçula,
de nome Jotão, porque conseguiu se esconder, ver história presente em JUÍZES 09: 05.
Abimeleque reinou somente por 03 anos, foi o único juiz iníquo e opressor do
próprio povo de Israel.
Voltando para Gideão, consta no verso 24 que a preocupação
dele foi apenas em se apropriar dos despojos de guerra, ou seja, a AMBIÇÃO POR
RIQUEZA BRILHOU EM SEUS OLHOS, e não mais para proteger e libertar
seu povo da escravidão, muito menos, resguardar os estatutos, mandamentos
divinos ou impedir a prática da idolatria aos deuses cananeus.
Dispõe a Bíblia que Gideão arrecadou muito ouro e materiais preciosos, talvez esta atitude
dele tenha sido impulsionado em razão do estado de miséria que atravessava,
também por ter sido ele membro da família mais pobre da tribo de Manasses,
conforme relatado em JUÍZES 6: 15, ainda assim, como ele foi
testemunha e ora instrumentalizador dos maiores prodígios daquela época,
recebeu 04 sinais divinos quanto a sua graça e unção, mesmo com tudo isso, no
final, após toda
glória e respeito, se vendeu por riqueza e deixou se corromper pela ganância.
De mais a mais, dita a Bíblia que o ouro e
demais despojos simbólicos do inimigo derrotado é do Senhor Deus, e deve ser
entregue ao tesouro do Senhor, até porque quem vence a guerra não é o
escolhido/enviado, mas sim, o Senhor dos Exércitos, que intercede com milagres,
sinais e maravilhas para a concretização da vitória:
JOSUÉ 06:
19
19. Porém
toda a prata, e O OURO, e os
vasos de metal, e de ferro SÃO
CONSAGRADOS AO SENHOR; IRÃO AO TESOURO DO SENHOR.
Como se não bastasse, Gideão além de
apropriar-se dos tesouros do Senhor, cometeu um ato totalmente equivocado:
JUÍZES
08: 26-27
26. E FOI O PESO DAS ARRECADAS DE
OURO QUE ELE PEDIU, mil e setecentos siclos de ouro, afora os
crescentes, as cadeias e as vestes de púrpura que os reis de Midiã trajavam,
afora as correntes que os camelos traziam ao pescoço.
27. DISSO FEZ GIDEÃO UM ÉFODE, E O
PÔS NA SUA CIDADE, EM OFRA; E TODO O ISRAEL SE PROSTITUIU ALI APÓS ELE; E FOI
UM LAÇO PARA GIDEÃO E PARA SUA CASA.
Devido o pedido inóspito de Gideão, consta na Bíblia,
que cada soldado israelita deu a Gideão o despojo arrecadado do inimigo
vencido, e com isso Gideão equivocadamente fez um ÉFODE, que é uma veste tipo
avental, usada
somente por sumo sacerdote, por cima da túnica, confeccionado em
ouro e, colocou o utensílio sagrado em sua terra, em Ofra, ocorre que tal indumentária somente poderia ser usada
e explorada pela tribo de Levi, conforme denota ÊXODO 39: 1-2.
Como Ofra era um local antigo de oração e
prática idolatra, o éfode foi incapaz de restabelecer o pacto com o Senhor
Deus, sendo ele apenas um objeto, com o agravante de que Gideão não poderia usar,
por não ser ele um Sumo Sacerdote, assim, era o éfode um mero instrumento
exposto, sem qualquer vinculação religiosa, desse modo, Gideão acabou
facilitando para que o povo israelita retornasse a cultuar à idolatria.
O texto sagrado aponta que após a morte de Gideão
o povo voltou a se prostituir naquele mesmo lugar onde colocou equivocadamente
o éfode e, outrora havia destruído o altar de baal. Tal ato pecaminoso foi um
laço da idolatria com Gideão e sua família já contumaz. ESTÁ AQUI O MOTIVO DA MINHA GRANDE DECEPÇÃO! pois tivemos uma
história maravilhosa, recheada de ensinamentos, entretanto, em curto tempo a
história descambou totalmente e o homem de Deus acabou tropeçando.
Nos últimos versos sobre Gideão consta na
bíblia que os midianitas nunca mais se levantaram contra Israel, tamanha surra
que levaram:
JUÍZES
08: 28
28. Assim foram abatidos os midianitas diante
dos filhos de Israel, E NUNCA MAIS
LEVANTARAM A SUA CABEÇA; E SOSSEGOU A TERRA QUARENTA ANOS NOS DIAS DE GIDEÃO.
Para finalizar, a bíblia diz que mesmo após a
campanha vitoriosa do povo israelita na guerra santa, eles acabaram renegando DEUS e novamente colocando Baal
em seu lugar:
:
JUÍZES
08: 33-35
33. E sucedeu que, como Gideão faleceu, os filhos de Israel tornaram a se prostituir após
os baalins; e PUSERAM A BAAL-BERITE POR DEUS.
34. E assim os filhos de Israel NÃO SE LEMBRARAM DO SENHOR SEU DEUS, que os
livrara da mão de todos os seus inimigos ao redor.
35. NEM
USARAM DE BENEFICÊNCIA COM A CASA DE JERUBAAL, A SABER, DE GIDEÃO, conforme
a todo o bem que ele havia feito a Israel.
O final do capítulo é dizendo que o povo
novamente voltou a pecar contra DEUS e ainda esqueceram tudo o que Gideão fez
por eles.
Diante do exposto, independentemente de qualquer tropeço de
Gideão, a história dele é magnifica e edificante, vejamos as diversas
conclusões que podemos extrair:
1 – Muitas vezes sentimos desconfiança quanto a
nossa capacidade de realizar grandes planos, todavia, quando DEUS está do nosso
lado, TUDO É POSSÍVEL, e se ele consentir, a vitória é certa;
2 – Que DEUS nos conhece muito mais que nós mesmos,
conhece nossa força, valor, coragem, e aposta a cada amanhecer na nossa
evolução e revolução espiritual, pessoal, mental e comportamental, sempre querendo
o melhor de nós a cada dia;
3 – Muitas vezes antes de partir para grandes
desafios, devemos primeiramente resolver pendências pessoais, pois elas muitas
vezes impõem grandes obstáculos;
4 – Quando estivermos em grandes tribulações, e
antagonicamente, quando estivermos auferindo toda gloria, prazer e paz, devemos
caminhar com DEUS, pois ele é o Senhor da tempestade e da bonança;
5 – Inúmeras vezes DEUS nos dá sinais quanto a
nossa fraqueza, humanidade, perigo que nos espreitam e ótimas oportunidade que há
por vir, basta termos atenção, sensibilidade e fé para percebermos;
6 – Para realizarmos grandes missões, podemos nos
deparar com barreiras impostas por pessoas da nossa própria casa, familiares,
amigos, pessoas próximas e, não apenas de pessoas desconhecidas. Ensina também
que em determinadas ocasiões, mesmo tendo intimidade com os opressores, devemos
partir para o enfrentamento, possibilitando o crescimento pessoal e a
continuada na caminhada;
7 – Quando realizarmos grandes feitos, temos que
continuar vigilantes quanto aos próximos passos, pois, num simples proceder,
podemos jogar tudo fora. Portanto, devemos nos revestir de fé, e seguir os estatutos
e mandamentos divinos, para que nosso caminhar seja fortalecido dia a dia;
8 – Mesmo se estivermos passando por uma situação
desesperadora e humilhante, não devemos perder a fé, pois tudo é passageiro,
basta acreditar em Deus;
9 – Só os preparados podem cumprir a ordenança do
Senhor, o despreparado, o medroso, o tímido e o ausente de fé, são apartados
das missões divinas;
10 – Seu inimigo pode até ser assombroso, entretanto,
contra o homem temente e servo de DEUS ele não é nada; a espada do injusto não fere
o justo sem o consentimento de DEUS;
11 – A disciplina é a alma da prosperidade, da
vitória e da realização;
12 – A vida exige avaliação de cada passo a ser
dado, então, devemos ser analistas, estratégicos e meticulosos em todas as
esferas;
13 – Dada a missão, empenhem-se, devemos
persegui-la até o seu cumprimento, mesmo que exija esforço salutar;
14 – Na passagem bíblica que aborda a desavença entre
Gideão e a Tribo de Efraim, ensina que a sabedoria sempre vence a tolice, bem
como, que devemos ter inteligência para lhe dar com pessoas vaidosas; o
autocontrole é necessário para resolvermos qualquer situação adversa, sem falar
que é se humilhando que seremos exaltados em nome e honra do Senhor;
15 – Mostra que em nossas vidas teremos que
enfrentar as gozações sempre de cabeça erguida, do mesmo modo, quanto a
desconfiança e a humilhação, mesmo que sejam elas proferidas por pessoas de
nossa família, do nosso convívio social ou advinda de terceiro;
16 – Mesmo que estejamos passando por uma situação
desesperadora, tal qual, necessitar de um pedaço de pão, deveremos perseverar,
prosseguir e acreditar que a vitória chegará, e que tudo é provisório;
17 – Ensina que as pessoas maduras/idosas têm a
responsabilidade ainda maior do que as das pessoas de pouca idade, porque são
referências para alguém, assim, o seu ensinar, proceder, aconselhar, devem ser
pautados no zelo pela justiça, ética e
moralidade, eis que um simples tropeço, tal qual uma opinião desastrosa ou um
desvio comportamental, pode ocasionar prejuízos não só para si, mas, também para
aqueles que o seguem, seja filho, empregado, família, amigos e etc.
18 – Ensina que devemos emitir opinião com cautela,
haja vista que ´podem ter dimensões incalculáveis, inclusive, nos colocar em risco
de ter violada nossa integridade física e moral;
19 – Quando estivermos imbuídos numa posição/cargo
que representa a coletividade, não podemos de forma alguma dar relevância as
questões particulares em desfavor do bem comum;
20 – Mostra que os pais devem ter o cuidado e a
responsabilidade de prover o ensinamento de seus filhos, de prepará-los para a
vida, para o mundo, para as adversidades, e sua omissão pode destruir a vida de
sua prole;
21 – Em determinados momentos de nossas vidas
teremos que tomar decisões difíceis que poderá mudar o nosso futuro. E a omissão
na adoção de tais medidas necessárias, poderá acarretar consequências
desastrosas e irremediáveis, inclusive, podendo atingir terceiros e pessoas que
amamos;
22 – Se entendermos que somos instrumentos de DEUS,
devemos nos portar como, não cabendo negligências, muito menos facilitação à
tropeços;
23 – Se ocuparmos a função ou o cargo de líder, devemos
ter a consciência da colossal responsabilidade advinda, pois, cada conduta a
ser tomada deve ser minuciosamente analisada, antecipadamente projetando os
possíveis impactos na vida dos comandados e seguidores, pois, muitos ou alguns
deles serão influenciados por nossa conduta.
24 – O quanto a riqueza é perigosa, eis que nos
seduz facilmente.
Por fim, que possamos seguir nossos passos
pautados na nossa força e valentia, como se estivéssemos participando de uma missão
“gideônica” traçada pelo Senhor Jeová
Deus, e que ele nos permita tocar diariamente nossas trombetas para agradecer o
direito de viver mais um dia, bem como, para que possamos quebrar nossos cântaros
e assim estremecer nossos inimigos que nos espreitam, fazendo-os afugentar, que
a luz das nossas tochas possam iluminar o nosso caminhar e, finalmente, para
que possamos gritar no mais alto tom “Por Deus e por nosso Senhor Jesus Cristo, nosso salvador!”
e assim ecoar para todos os cantos o seu lindíssimo nome, graça e poder.
Aprendi que pautarei minha vida na coragem de
Gideão e, parafraseando EFÉSIOS 6, tomarei toda a armadura do Senhor
Deus, para permanecer firme, sempre cingindo os meus lombos com a verdade, e
vestida a couraça da justiça, calçando os meus pés com a preparação do
evangelho da paz, munido, sobretudo, com o escudo da fé, o capacete da salvação,
e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, então vencerei qualquer guerra a mim apresentada, seja ela em qual esfera
for, EM NOME DO SENHOR JEOVÁ DEUS, AMÉM!
Camaçari/BA, 13 de Janeiro de
2018.
ASS:
Cleiton
Marcio Santos Souza
Advogado,
escritor, poeta, teólogo em formação e adorador de Cristo Jesus Nosso Senhor!
Meu contato para
sugestões, críticas e esclarecimentos: 71 98173-6176 / 71 99306-3557
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E-mail: cleitonsouza.advogado@gmail.com
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